20 maio, 2012

Espírito Santo 3 - Romeu Bornelli

Vamos ler um texto no Evangelho de João, cap. 7:37. 37 ¶ No último dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba. 38 Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. 39 Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele cressem; pois o Espírito até aquele momento não fora dado, porque Jesus não havia sido ainda glorificado. Pai nós confiamos plenamente em Ti para a habilitação do Senhor, com toda a tua graça, com o Teu Espírito, com a tua bondade, com a Tua direção, para que a Tua palavra aberta, possa sê-la pelo Senhor mesmo. Nossos corações são ávidos de Ti. Nós confiamos em Ti, porque o Senhor é quem nos supre para que possamos discernir o que é Teu. As Tuas ovelhas ouvem a Tua voz. Reconhecem a Tua voz. Não seguem a voz de estranhos. Ajuda-nos a discernirmos nessa noite a Tua voz, na Tua palavra, confiando tudo a Ti, porque esperamos totalmente em Ti. Em nome de Jesus. Amém. Irmãos. Hoje nós vamos abordar um pouco o Evangelho de João, nesse assunto Espírito Santo, especialmente os capítulos 14, final do cap. 15 e alguma coisa também do cap. 16, aqueles discursos chamados discursos do Cenáulo. Inicialmente eu gostaria de abrir com esse texto que nós acabamos de ler de João 7, porque tem pelo menos duas questões muito significativas aqui. Primeira delas, esse texto reafirma, junto com outros, o que nós temos dito aos irmãos, que foi por causa da ressurreição do Senhor Jesus que o Espírito Santo foi derramado, assim como foi por causa da sua ressurreição que nós pudemos ser justificados. Aquela corrente de elos que eu disse: oito elos que formam um círculo. Você não pode remover um que seja de qualquer ponto sem estragar o círculo. Então esses elos são interdependentes - esses alicerces - eles formam esse Fundamento da revelação Bíblica a respeito de Deus, a pessoa do Senhor e do seu plano. Então nós temos a sua Encarnação, sua Propiciação, sua Ressurreição, etc. A pessoa do Senhor e a sua obra. Todos esses oito alicerces se resumem nisso. A pessoa de Deus, assim como revelada em Cristo e a sua obra. Todos os oito falam disso. Paulo quando se apresentou aos Coríntios escrevendo a sua epístola ele disse assim: 1 Coríntios 2:2 Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado. Os irmãos vêem? É só o que importa no Evangelho, porque isso é todo o Evangelho. Cristo - pessoa, o Filho de Deus, o Filho do Homem - duas naturezas divina, humana, uma pessoa. Senhor Jesus Cristo. Cristo e este crucificado. A sua obra. Ele realizou Expiação por nós. Ele nos justificou à vista de Deus. Ele ressuscitou. Ele derramou o seu Espírito. Ele constituiu a igreja seu corpo. E Ele voltará. Então, todos esses oito itens, se resumem nessa expressão de Paulo. Decidi nada saber entre vós, senão Cristo e este crucificado. Então não há objeto mais sublime para contemplação de nossas almas, do que Cristo e a Sua obra. Irmão, pela misericórdia e bondade do Senhor, hoje, há em português um bom livro sobre esse assunto, para os irmãos que gostam de estudar. Um livro de quinhentos e trinta e uma páginas de um teólogo brasileiro. O livro de chama “As duas naturezas do Redentor”. Excelente livro, sobre a pessoa de Cristo. As duas naturezas do Redentor. Se você puder ler quinhentos e trinta e uma páginas, você vai ganhar muito a respeito desse assunto. E eu digo isso, porque para tristeza nossa, você não encontra, em português uma diversidade nesse assunto, chamado cristologia, com foco na pessoa de Cristo especialmente, e também com foco na sua obra. Há muito pouco material nesse sentido. Há alguma coisa, mas muito pouco. Então são verdadeiras pérolas que nós precisamos colher aí na nossa língua, já que em outras línguas existe bastante, mas não em português e então essas são pérolas, realmente. Graças ao Senhor porque Ele tem colocado no coração desse irmão, esse servo de Deus, seu nome é Eber Carlos e ele tem tido esse encargo de falar sobre a pessoa do Redentor. Ele não vai parar com essa obra, pois vai continuar a escrever a respeito da Propiciação, da Expiação que um outro alicerce. Ele vai entrar na obra de Cristo, além da pessoa de Cristo. Então esse irmão tem tido o encargo no seu coração, sem dúvida por reconhecer, que esse é um alimento do qual as igrejas no Brasil, estão necessitadas. Então, esse texto que nós acabamos de ler, João cap. 7, pelo menos duas coisas como eu disse, seria interessante nós vermos aqui. A primeira eu já citei. João 37: 39 Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele cressem; pois o Espírito (Espírito Santo) até aquele momento não fora dado, porque Jesus não havia sido ainda glorificado. O Espírito ainda não fora dado ou derramado, não tinha vindo ainda para habitar na igreja, constituir na igreja um corpo orgânico, unido a Cristo como a sua cabeça: Cristo em nós, nós em Cristo. Essa unidade orgânica ainda não era uma realidade. Ela só se tornou uma realidade, coletiva, no Pentecostes, quando o Espírito foi derramado no Pentecostes. Até esse momento o Espírito não fora dado - olhe o “porque” que interessante. Olhe a questão do Espírito que é o nosso assunto, com o assunto anterior que nós acabamos de estudar, a Ressurreição. Veja a relação do quinto com o sexto alicerce. O Espírito não fora dado porque Jesus não havia sido ainda glorificado. Bem claro. Ele não tinha passado ainda pela morte, consequentemente ainda não pela ressurreição, e ainda não, logicamente, pela ascensão e pela glorificação, à destra de Deus. Então o Espírito não fora dado, porque isso era dependente dessa glorificação do Senhor, dessa Ressurreição, Ascensão e Entronização. Três verdades. Ressurreição, Ascensão e Entronização à destra de Deus, para que o Espírito pudesse ser derramado. Muito claro esse verso 39. Então os irmãos vejam como esses alicerces dependem um do outro. Mais um texto para mostrar para você, e são tantos essas uniões entre esses elos. Olhe agora o verso 38, uma verdade também linda a respeito do Espírito Santo. Olhe com cuidado. Só existem três lugares no Novo Testamento, onde aparece a palavrinha grega “koilia”, traduzida no nosso português por ventre, ou interior, conforme a versão de alguns aí. 38 Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. A palavra grega é Koilia. Agora irmãos eu vou citar os outros dois lugares onde aparecesse essa palavra, então serão três, e os irmãos vão montar um quadro, e olhe que interessante. Esse texto diz que o nosso interior, isso fala das nossas entranhas mais profundas, claro que não é o ventre físico. Isso está falando de nossas entranhas, do nosso ser mais interior, que a Bíblia chama de nosso espírito humano. Aquele que se une ao Senhor é um Espírito com Ele. Não é isso que Paulo fala em Coríntios? Esse é o nosso interior. Agora veja as três citações dentro de um quadro então, veja irmão que opções nós temos diante de Deus, todo homem, convertido ou não convertido, ou as nossas entranhas, nosso ser mais interior, ele flui, o próprio Deus, o Espírito de Deus, como diz esse texto, ou, vou citar agora mesmo os dois versos, Ele flui concupiscências, cobiças, dos quais nós somos então, escravos. Nós não temos outra opção. Ou do nosso interior flui o Espírito, ou flui cobiças e paixões. Nós só podemos viver de uma ou de outra forma. Então, em mais de um texto então, e queria chamar a atenção dos irmãos, para que os irmãos vejam o caráter radical do Evangelho. Irmãos, o Evangelho não tem e nunca teve o caráter opcional. Nunca. O Evangelho sempre teve um caráter radical. O Senhor falou: vós sois o sal. Se o sal se tornar insípido, para nada presta. Não tem um meio termo. Não tem jeito de colocar aquele sal, colocar em um vidro bem bonito e por para enfeitar a casa. Não serve. Foi um sal, feito sal pelo Senhor e se não salgar, para nada presta, senão para ser lançado fora e pisado pelos homens. Esse é o caráter radical do Evangelho. Irmãos o que o Novo Nascimento fez em nós é algo sem dúvida nenhuma, algo infinitamente maior do que nós podemos conceber. É maior, é muito maior. A separação que a cruz traçou em nossas vidas, é muito mais profundo do que até então nós temos experimentado. Isso é coisa para experimentarmos, na verdade, por toda a eternidade, essa separação, essa santificação do Espírito Santo. O Senhor nos tem posto à parte. Ele nos tirou de lá e nos trouxe para cá. Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do filho do seu amor. Não tem nada mais radical. Trevas – Luz. Amor – ódio. A Bíblia sempre vai fazer essa antítese, porque o caráter do Evangelho é radical. O Senhor não permite que nós sejamos aqueles que andam com um pé e dois barcos. Não podeis servir a dois senhores. Você vai aborrecer-se de um e amar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas. Então você vai ver o caráter radical do Evangelho por toda a Bíblia. E da mesma forma, você não pode andar no Espírito e andar nas paixões, nas cobiças, com aquela consciência de que você tem ofendido o Senhor, ofendido o Senhor, mas você não dá lugar na sua vida a esse espírito de arrependimento, a essa confissão de pecados, a essa abertura ao Senhor para que Ele opere de forma mais profunda na sua vida. Não é? Então irmão não há uma segunda opção no discipulado. Só há uma opção. Negarmos a nós mesmos, tomarmos a cruz e seguirmos o Senhor. Esse é o nosso privilégio de cristão. Não é? Então no texto de João você vê, o Espírito de Deus fluindo do nosso espírito, do seu interior – Koilia - entranhas. Agora, olhe os dois lugares onde aparece essa mesma palavra. Romanos, cap. 16. Veja o que é que está acontecendo nesse versículo. Preste bem atenção. Romanos 16:18. Paulo está falando de algumas pessoas que são falsas, falsos irmãos, falsos ensinadores, promovem divisões, contendas no corpo. Aí ele fala assim: 18 porque esses tais não servem a Cristo, nosso Senhor, e sim a seu próprio ventre; e, com suaves palavras e lisonjas, enganam o coração dos incautos. Lembre-se que a palavra servir agora não no grego, mas no latim, aquela chamada “vulgata”, aquela tradução da Bíblia do hebraico para o latim e do Novo Testamento também, Vulgata Latina, ela usa uma palavrinha aí – latreia - que significa servir ou adorar. Tem a mesma raiz. E n o grego também. Servir é adorar e adorar é servir. Nós adoramos a Deus servindo-o. Nós servimos a Deus adorando-o. Servir e adorar é a mesma coisa. Então, esse versículo 18 diz assim. Esses tais não servem, não adoram a Cristo o Senhor e sim o seu próprio ventre. Olhe a palavrinha aí: Koilia. A mesma de João. Interessante não é, você poder comparar esses quadros. Está dizendo que adoram o seu próprio ventre. Servem seu próprio ventre. Você quer que isso clareie mais um pouquinho? Esse próprio texto nos ajuda. Olhe lá. 18.......... ; e, com suaves palavras e lisonjas, enganam o coração dos incautos. O que é que significa isso? Como é que eles estão servindo o seu ventre? Eles estão fazendo discípulos de si mesmos. Eles estão fazendo discípulos para si mesmos. Eles enganam no meio do povo. Eles usam de lisonjas. Eles são os dos panos quentes nas cabeças. Eles são os apaziguadores, entre aspas. Não os apaziguadores, pacificadores segundo Deus. Mas os politiqueiros no meio do corpo da igreja. Lisonjas. “Oh irmão. Isso não. Oh irmão, isso é muito louvável, e você é isso, você é aquilo”. Lisonjas e adulações, sem verdade, sem realidade. E enganam os corações dos desprevenidos ou incautos. Então aqui há uma expressão do que é servir ao seu próprio ventre. É você se auto glorificar. Uma maneira de você se auto glorificar, é você fazer discípulo de você, para você e não discípulo de Cristo, a Cristo. Em Filipenses, o quadro continua. É a terceira vez, o terceiro lugar onde aparece essa palavra Koilia, e dentro do contexto Espírito Santo isso então é muito importante. Filipenses cap. 3: 17 ¶ Irmãos, sede imitadores meus e observai os que andam segundo o modelo que tendes em nós. 18 Pois muitos andam entre nós, dos quais, repetidas vezes, eu vos dizia e, agora, vos digo, até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. 19 O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas. Vejam a ousadia de Paulo dizendo que a vida dele era modelo de uma vida trabalhada pelo Espírito de Deus. Ele diz: olhem as nossas vidas e sigam aqueles que andam como nós. Paulo se recomendava como modelo para os irmãos. Pois muitos andam entre nós - ele não está dizendo no mundo. Ele está dizendo na igreja. Entre nós. Dos quais repetidas vezes vos dizia e agora digo até chorando que são inimigos da cruz de Cristo. Veja bem. A ênfase deles não é a ênfase do Salvador crucificado. Não é a ênfase na pessoa e obra de Cristo. São inimigos da cruz. É uma pregação que não tem cruz. Você acha que essa pregação tem estado aí no ouvido do cristianismo nos nossos dias? Parece que muito. Pregação sem cruz. Inimigos da cruz de Cristo. Veja o versículo 19 O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas. Paulo não usa meias palavras. As vezes parece que nós temos respeito humano demais, não é? Paulo não tinha. Quando ele detectava algo que realmente não glorificava a Cristo ele era prudente. Ele exercia um espírito de discernimento e orientava os santos. Ele não usava meias palavras. Ele diz que os inimigos da cruz, que pregam o Evangelho entre aspas que não tem cruz, que não tem redenção, o destino deles é a perdição. Não pára aí. Ele diz: Filipenses 3:19 O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas. A palavra Koilia. Os irmãos estão vendo? De novo, servem seu próprio ventre. Se auto glorificam. Do seu interior não fluem rios de água viva. Eles não andam segundo o espírito. Eles pregam um Evangelho diferente, e tem um espírito diferente, como Paulo falou aos Coríntios. Então, quando ele escreveu em 2ª Coríntios cap. 11, ele falou para os coríntios não tolerarem aquele tipo de pessoa. E se vocês toleram de boa mente essas pessoas, vocês vão se perverter, com relação ao Evangelho de Cristo. Mas aqui eu não queria enfatizar falsos mestres não. Eu queria enfatizar nossas vidas, nossa Koilia, nosso interior. O que é que tem fluído de nós? Só há duas opções. Ou um ou outro. Andai no Espírito e jamais satisfareis a concupiscências da carne. Então o trabalho do Senhor em nós, é algo tão radical que irá fazendo - e é claro que isso é progressivo, tem um caráter progressivo - mas tem que crescer, tem que ser progressivo. Na vida cristã não há estagnação. Quando nós estagnamos, nós retrocedemos. Ou nós estamos andando para frente ou estamos andando para trás. Não tem como parar na carreira cristã. Então, esse texto diz que o deus deles é a Koilia, a auto glorificação; servem a si mesmos, amam a si mesmos. A glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas. Terrível, não é, o juízo do Espírito através de Paulo sobre essas vidas. Não é verdade? Mas irmão, isso de alguma forma se aplica a nós. O nosso andar deve ser então um andar consistente em Cristo. Habitai em mim e eu habitarei em vós. Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. Sem mim, nada podeis fazer. Aquele que permanece em mim, em vou poda-lo, vou cuidar dele, ele vai produzir fruto, e mais fruto - olhem o progresso - e muito fruto. São as palavras de João 15. Fruto, mais fruto, muito fruto. Não é? Irmão. Isso é o que se descortina diante de todos aqueles que nasceram de novo. Nós temos espírito de Deus habitando em vós. Nós vimos na reunião passada, não é? Guarde o bom depósito mediante o Espírito Santo que habita - habita - em nós. Que dádiva tremenda. Então por isso, Paulo diz aos Filipenses. Desenvolvei vossa salvação, com temor e com tremor. Desenvolvei, porque Cristo já fez tudo e o Espírito Santo foi dado a vocês. E hoje, nós vamos ver alguma coisa nos capítulos 14, 15 e 16 de João, sobre o que esse Espírito de Deus, então, faz em nós; pelo quê que Ele é responsável. Irmãos, nós vamos ver que Ele é responsável por tudo. Tudo o que provém de Deus. Assim como nós somos responsáveis por tudo, diante de Deus. Lembra do irmão Jonathan Edwards falando sobre graça, naquela citação que eu já dei para os irmãos? Deus faz tudo e nós fazemos tudo. Ele é a única verdadeira fonte, o único e verdadeiro autor, mas nós somos verdadeiros agentes e não marionetes, manipuladas por Deus, mas agentes, responsivos, responsáveis. Mas é porque a graça estimula, porque a graça opera tanto o querer quanto o realizar. Então veja que é um processo inexplicável, misterioso, mas é um operar de Deus em nós, de nós em Deus, e Deus em nós e nós em Deus, como o Senhor falou. Não é? Então vamos lá em João cap. 14 ao 16. Vamos ler alguns versículos do cap. 14 primeiro. Os irmãos se lembrem que no cap. 13, Jesus, o Bom Pastor das ovelhas, Ele coloca ali como seu cajado as suas doze ovelhas para dentro do aprisco. No meio delas tinha um bode. O bode entrou junto para dentro do aprisco. Judas foi junto, o filho da perdição. O Senhor pega o seu cajado e toca os doze para dentro do aprisco. A visão de João 13 é essa. É Ele quem prepara a ceia no Cenáculo. Ele é quem dá ordem de ir encontrar um homem com um cântaro, seguir esse homem e ele vai até um lugar e nesse lugar então, diga para o homem da casa que o Senhor vai usar aquele cômodo. O Senhor preparou aquela última ceia soberanamente, separando até o cômodo onde eles iam celebrar a ceia: o Cenáculo. Ele escolheu o Cenáculo mobiliado. O Senhor é o anfitrião dessa festa. Os doze são só convidados. Ele é quem é o anfitrião. Irmão. Que ceia, que convite. Ele vai falar para doze, especialmente para onze, já que logo no início Judas se retira. E Judas não ouve as palavras mais gloriosas do Senhor sobre o Espírito, porque Judas não tinha parte com isso. Judas era filho do diabo, filho da perdição, como o Senhor falou. Então ele nem ouve o discurso no Cenáculo. Logo no início da ceia, quando o Senhor oferece a ele um bocado molhado ele se retira e vai cumprir o seu propósito, como filho da perdição. Aquelas doces palavras do Senhor elas são ouvidas por onze discípulos no Cenáculo. Então esse é o contexto e olhe o que é que o Senhor diz no cap. 14. Irmão você não pode deixar de ler esses capítulos todos, 14, 15 e 16. Mas você deve ler verso por verso e manter no seu coração essa atmosfera. Pense que você é um dos onze que está dentro do Cenáculo, sabendo que o Senhor é o anfitrião da festa. Ele puxou você lá para dentro como uma ovelha, e Ele vai começar a falar com você. Que palavras irmão. Um autor, comentarista bíblico, diz que essas palavras, chamadas Discursos no Cenáculo, elas deveriam ter sido escritas com pena de ouro. Não se turbe o vosso coração. Logo no verso anterior, para os irmãos verem o peso dessa palavra do Senhor, não se turbe o vosso coração. Olhem o que está escrito nos versos 36 a 38. Você sabe o que é que está acontecendo aí, não é? O Senhor está profetizando para Pedro que ele iria nega-lo. O Senhor está falando para Pedro que ele é fraco e que ele precisa do Senhor, da graça do Senhor, do sustento do Senhor. E Pedro então está baseado ali na sua voluntariedade e dizendo que ele vai com o Senhor até o fim. Até onde o Senhor for ele é capaz de ir. Ele diz isso no 37. João 13:37 Replicou Pedro: Senhor, por que não posso seguir-te agora? Por ti darei a própria vida. Olhe o que Pedro disse. No 38 o Senhor diz: 38 Respondeu Jesus: Darás a vida por mim? Em verdade, em verdade te digo que jamais cantará o galo antes que me negues três vezes. Agora irmão, o discurso prossegue, porque o Senhor está falando, e na fala do Senhor não tem divisão por capítulo. Não é verdade? Então a gente começa o 14 perdendo o 13 de vista, mas o 13 é que é importante para fazer todo o contexto. Pense em Pedro, especialmente em Pedro. Para os outros, sem dúvida a palavra teve, também, um tremendo impacto, porque é o próprio Senhor falando com as ovelhas dele. Mas pense por um momento, em Pedro. E pense se você fosse Pedro. Você estufando seu peito e falando: “Oh Senhor. Quanto aos dez aí eu não sei, acho até que eles são meio covardes. Mas eu vou com o Senhor até o fim e por Ti darei a minha própria vida”. Imagine. Então o Senhor falando que “antes que o galo cante, você vai me negar três vezes”. São palavras duras. Agora veja o que ele fala imediatamente, seguindo o discurso. João 14:1 Não se turve o vosso coração. Irmão. No versículo 38 do cap. 13 e o primeiro do 14 eles não combinam na nossa mente natural, porque um é terrível e o outro é maravilhoso. O Senhor está falando para Pedro. “Pedro. Não é uma só vez não. São três, para que você saiba quem você é.” Agora, imediatamente depois disso, Ele fala: João 14:1 Não se turbe o vosso coração. Não se atormente. Que coisa impressionante. Como é que Pedro poderia nega-lo três vezes e ele pede para que não se turve o vosso coração. Não se atemorize. É a graça eficaz. É a chamada eficaz. As minhas ovelhas me pertencem. Elas estão nas mãos do Pai. Das mãos do Pai ninguém pode arrebata-las. Eu lhes dou a vida eterna. Elas jamais perecerão eternamente. O Senhor falou para Pedro antes deste texto imediato aqui, em uma outra ocasião, Lucas registra. O Senhor falou assim para Pedro. Lucas 22:31 Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo! Para jogar você para cá, jogar para lá. Fazer de você um joguete. Mas eu roguei por ti. Lembra? Para que a tua fé não desfaleça. E agora, você Pedro, quando você se converter, faça a mesma coisa com os seus irmãos. Ele escreve aquelas duas epístolas com esse encargo porque o Senhor ordenou. Então que ele consolasse, edificasse e fortalecesse os seus irmãos. Ele escreve já velhinho depois de ter sido quebrado pelo Senhor na sua auto justiça, na sua auto confiança, na sua auto dependência. Não é? Então veja irmão o contraste do versículo 38, com o verso 1 do cap. 14, que coisa linda irmão. João 14:1 Não se turbe o vosso coração. Diante de um quadro tão terrível, Pedro ouviu isso. Não é? Credes em Deus. Crede também em mim. Porque eu e o Pai somos um. Ele já tinha dito lá e João 10, em uma outra ocasião. Credes em Deus, credes também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Expressão linda nesse Evangelho. Ela parece, já comentei com os irmãos em uma outra ocasião, é uma expressão muito linda de João. Ela aparece aqui no cap. 14 e no cap. 2. Depois você procure, examine e estude essas duas menções. Lá no cap. 2, o Senhor diz que a casa do Pai, o Templo, Ele diz: não façais da casa de meu Pai casa de negócios. Então aquela expressão “casa de meu Pai” em João 2, aponta para o Templo. Foi onde o Senhor entrou, viu aqueles vendilhões se aproveitando do culto, porque eles vendiam pombas, vendiam animal e eles estavam mercadejando o culto. Ficavam ali para vender as oferendas para quem queria entrar lá e oferecer. E o Senhor entrou ali, fez um chicote de cordas, e expulsou os vendilhões do Templo. Não façais da casa de meu Pai, casa de negócio. Casa do meu Pai, em João 2, é o Templo. Agora, é o Templo como se referindo ao corpo de Cristo, porque lá no contexto de João 2 ele diz assim: destruí esse santuário, esse templo aí, que Herodes construiu. Destruam esse templo e eu o vou reconstruir em três dias. Isso está em João 2. Eles não entenderam, pois disseram que havia levado quarenta e dois anos para construir esse templo, como é que você vai construir em três dias? Aí João explica assim: João 2:21 Ele, porém, se referia ao santuário do seu corpo. Então irmão, se você pegar essa expressão „casa de meu Pai” de João 14:2, você é obrigado a interpretá-la no mesmo sentido. Você não pode usar a mesma figura em dois sentidos, no mesmo contexto. Então „casa de meu Pai‟, já apareceu essa expressão em João, ela se refere ao „corpo de Cristo‟. Esse santuário é figura do seu corpo, que João explicou lá no cap. 2. E agora aqui o Senhor está falando: na casa de Meu Pai há muitas moradas. Onde é a casa do Pai? A casa do Pai é o corpo de Cristo. A casa do Pai é Cristo. É onde nós estamos Nele e com Ele. Em união com Ele. Mas isso já não era uma verdade anterior? Claro que não. Nós só fomos incluídos organicamente em Cristo e Cristo veio habitar em nós, depois que Ele morreu, ressuscitou e derramou o seu Espírito. Então ele diz: aqui ele está falando de forma profética, na casa de meu Pai há muitas moradas. É claro irmão que há uma realidade da habitação em Deus na presença de Deus futura. É claro. A Nova Jerusalém, a cidade de Deus, mas em primeiro lugar essa expressão “casa do meu Pai” se refere a Cristo e nós precisamos ver isso, porque senão você erra, porque você fica imaginando algo fora de Cristo, uma casa assim ou assado, que você vai possuir um dia. É a casa do Pai que tem muita morada. Quando morrer você vai para lá. Não é isso? Quantas pessoas usam esse texto aqui em sepultamento, celebrando o sepultamento de pessoas e explicando dessa forma. Isso é um erro. Esse texto não diz isso. Não diz uma morada futura na glória. Esse texto fala de uma participação em Cristo e você vai ver a coerência disso no contexto de João 14. Olhe só a seqüência. João 14:2 Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. Se na casa do Pai, que é Ele, não houvesse muitas moradas, se nós não pudéssemos realmente estar em Cristo e Cristo em nós, se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E agora no verso 3, você tem uma outra expressão que é de certa forma ambígua, porque o Senhor diz assim: 3 E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também. Digamos que essa profecia do Senhor ela também tem um cumprimento imediato e um cumprimento remoto. O cumprimento imediato é que o Senhor veio para estar conosco, como? Na pessoa do Espírito Santo, o Consolador. É o que ele fala nesse texto de João 14. Não é? O Espírito Santo é outro Deus? Não. É Cristo em nós. Eu e o Pai, o Senhor diz, viremos para ele. E quem é que veio? O Espírito. Onde é que está Cristo, Jesus Homem? Onde é que Ele está? Entronizado. A pessoa de Cristo, no que concerne a sua natureza humana, ocupa um espaço. Tem limitação. O Senhor não pode estar no céu e na terra ao mesmo tempo, no que concerne à sua natureza humana. E quando Ele ressuscitou Ele não perdeu a natureza humana. Um espírito não tem carne e ossos, como vede que eu tenho, foi o que o Senhor falou. Ele não perdeu o corpo. É claro. Muito pelo contrário. O corpo glorificado do Senhor é a esperança de que nós também estaremos com Ele. Então o Senhor no que concerne a Ele, Ele está entronizado. Ele não está aqui. Ele está lá. Na presença de Deus. No trono de Deus. Não é? Mas Ele está aqui, no que concerne à sua natureza Divina, pelo Espírito que Ele concedeu. Então você veja: natureza divina, natureza humana do Senhor. Elas não podem ser fundidas. Essa foi uma heresia no início da história da igreja, chamada monofisismo, que dizia que as duas naturezas se fundiam em Cristo, se misturaram, se confundiram. Nada disso. Sempre se mantiveram separadas e ainda estão separadas até hoje. Mas elas correm juntas, em uma mesma pessoa. Você tem uma vontade humana e uma vontade divina em Cristo. Você tem uma mente humana e uma mente divina. Você tem emoções humanas e emoções divinas. E elas caminham paralelamente. Uma não contraria a outra. Mas existem algumas ocasiões que você pode ver claramente a manifestação da natureza humana em certo tipo de limitação, e em outras passagens a expressão clara de que Ele também é Deus, porque Ele ressuscita mortos, anda sobre as águas, multiplica pão. Ele não faz isso como sendo exclusivamente homem. Ele faz isso porque é o Logos, porque é Deus, porque é o Verbo. Mas Ele chora, Ele se cansa, Ele se assenta no poço de Jacó cansado, para conversar com a mulher Samaritana. Ele cansa, porque Ele é homem. Se Ele fosse um homem divinizado, Ele não ia se cansar. Jesus não era um homem divinizado. Não. Ele era um Deus homem. É diferente. Então irmão, tudo isso é muito importante para nós. Porque isso fala do nosso Salvador, daquele que está no céu, daquele que nós veremos face a face, daquele que é limitado no espaço. O corpo físico de Jesus, ainda hoje, ocupa um lugar no espaço. É por isso que os céus, a Bíblia mostra claramente, as realidades espirituais, elas também tem um espaço. Não há como você negar isso. O Anjo que lutou com Jacó tocou no quadril de Jacó, na sua coxa. Ele tocou. Não é? Então você não pode espiritualizar essas questões não. Nós iremos ver o Senhor corporalmente, fisicamente. Os seus pés irão tocar o monte das Oliveiras, como diz a palavra e o monte se fenderá pelo meio. O Senhor será visto por cada um de nós, como pessoa que Ele é. Você não vai ver um espírito. Você vai ver um homem. Que benção. Seremos semelhantes a Ele porque haveremos de vê-lo como Ele é. 1ª João cap. 3. (1 João 3:2 Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é.) Então irmão, você precisa tomar cuidado com as doutrinas sobre a pessoa de Cristo. As heresias da história da igreja pularam para um lado e para o outro. Ou enfatizaram só a humanidade, ou enfatizaram só a Divindade. O cristianismo de hoje, em geral, enfatiza só a Divindade. Tem medo de falar da sua humanidade, como que se falasse da sua humanidade pudesse ofender a sua divindade. Mas nós precisamos de um Salvador cem por cento Deus e cem por cento homem, e é isso o que Ele foi, que se cansou, que chorou, que se entristeceu, que tinha todo tipo de emoções que nós também temos, vontade, mente. Não seja feita a minha vontade, e sim a Tua. Irmão, o Logos é Deus, não é? Logos é Deus, é o Verbo, é a segunda pessoa da Trindade. Se Jesus fosse só Deus, como que lá no Getsêmani Ele podia dizer: seja feita a tua vontade, a tua Pai, é uma vontade e não a Minha. Então são duas vontades. Não é? Mas o Logos é Deus. Deus só tem uma essência, uma natureza e então nunca, se Jesus fosse apenas Deus, Ele poderia orar dessa forma. Porque Deus não pode falar para Deus: seja feita a sua vontade. Você fala para você assim? Você tem a sua e mais uma outra? Claro que não. Jesus é a mesma coisa. Quando Ele falou: não seja feita a minha vontade, e sim a Tua, isso mostra o quanto que Ele era humano. Ele tinha uma vontade humana, mas a sua vontade humana nunca contrariou a vontade Divina. Por que? Porque o Logos que é o Verbo eterno, forma, constitui, a base da personalidade de Jesus. Quem sustenta a personalidade de Jesus é o Logos. Não é a natureza humana. É a Divina. É a Divina que sustenta. É a Divina que faz o suporte, porque a Divina é que é eterna. Então é o Logos que faz o suporte da natureza humana de Jesus, mas há uma mente no Logos e outra mente no homem. Há uma vontade no Logos e outra vontade no Homem, Jesus, mas elas sempre andam juntas. Nunca entraram em conflito, porque o Logos é quem sustenta, é quem é a base da pessoa de Jesus. Esse é o ensino Bíblico, se você estudar os Evangelhos. E isso é maravilhoso, porque da mesma forma, o Espírito de Deus hoje, Ele forma a base de nossa personalidade, e se você andar no Espírito, você vai andar segundo a Sua vontade, a Dele. Se você andar no Espírito você vai ter a mente de Cristo, não a sua. A sua mente será transformada e renovada. Se você andar no Espírito você vai sentir como Deus, aborrecer o que Ele aborrece, amar o que Ele ama, no que se refere às suas emoções. Então, se Jesus não fosse esse tipo de homem, nós não poderíamos andar assim, embora Ele fosse um homem sem pecado, Ele ainda assim precisou de um suporte na sua natureza humana. Na verdade ele teve dois suportes: um suporte é a sua natureza divina. Ele é o Logos, como já falei, e o outro suporte, é por cima. É a unção do Espírito Santo, a terceira pessoa da Divindade. Veio habitar sobre Ele, plenamente, diferentemente de nós. Cada um de nós tem uma medida, mas Cristo não. Cristo tinha tudo. Lá em João 3 fala: Deus não deu a Ele, não dá a Ele o Espírito por medida. (João 3:34 Pois o enviado de Deus fala as palavras dele, porque Deus não dá o Espírito por medida.) O Espírito Santo foi visto naquela forma corpórea de uma pomba e pousou sobre Ele, totalmente, integralmente. Então Ele foi assistido pelo Espírito Santo e foi fundamentado pela pessoa do Logos, quanto ao seu ser humano. Que coisa linda, não é? E em nossas vidas cristãs o que é que aconteceu? Quando nascemos de novo, a natureza divina foi-nos dada, Pedro diz que nós somos co-participantes da natureza divina, Deus veio habitar em nós, nós nascemos de novo, há uma outra natureza em nós, que é de Deus, é do alto, não é isso que o Senhor falou para Nicodemos? Quem não nascer de novo, nascer do Espírito, nascer do alto, então nós temos suporte interior, assim como Jesus, uma nova natureza. E também nós temos um suporte aí interior. O Espírito desceu sobre nós, ele habita em nós e Ele também está sobre nós. Ele nos unge, Ele nos dirige. Então, o que é verdade sobre Cristo é verdade sobre nós, só que em aspectos diferentes porque o Senhor não conheceu pecado. Vamos voltar no cap. 14. João 14:3 E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também. Olhe como esse Evangelho é rico. Tem uma outra expressão aqui. Verso 3 do cap. 14. Onde eu estou, estejais vós também. João usa essa palavra outras vezes. Por exemplo, João 1:18. Ninguém jamais viu a Deus. O Deus unigênito que é Cristo, que está no seio do Pai é quem o revelou. Então o próprio Evangelho vai responder essa pergunta se você fizer essa pergunta. O Senhor está dizendo que onde Ele está nós estaremos. Mas onde é que Ele está? João te responde. Ele está no seio do Pai. E quando o Espírito Santo veio habitar em nós, o que é que Ele veio fazer em nós? Nos dar esse desfrute dessa pericoreses, como nós já falamos. Nós somos chamados à comunhão com o Deus tri uno em Cristo. Seio do Pai. Onde Eu estou, estejais vós também. Isso já teve um cumprimento pela habitação do Espírito em nós e terá um cumprimento pleno quando o Senhor voltar, porque aí nós estaremos vendo a ele face a face. Lá em João 17, Ele ora assim, usando a mesma expressão. Pai, a minha vontade é que onde eu estou, a mesma expressão em João 17, onde Eu estou, estejam comigo aqueles que me destes. Lembra? Para que? Como é que continua o versículo? João 17:24. Para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo. Então, onde Eu estou? No seio do Pai. Qual é a vontade minha, do Senhor, para com aqueles que são meus? Que eles estejam comigo.Como que nós estamos com Ele? Porque o Espírito Santo já habita em nós, o Consolador. E como que nós estaremos com Ele? Porque nós haveremos de vê-lo face a face. Então vejam: um cumprimento imediato e um cumprimento remoto. Não é? Então isso precisa ficar claro nesse texto para você não se perder, nas palavras do Senhor. João 14:4 ¶ E vós sabeis o caminho para onde eu vou. 5 Disse-lhe Tomé: Senhor, não sabemos para onde vais; como saber o caminho? 6 Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. Veja que Tomé, quem sabe, estava pensando mesmo em uma mansão celestial. Ele está indo então para lá, a casa do Pai. Que caminho que é? Como é que se toma um ônibus para lá? Não sabemos o caminho Senhor, foi o que Tomé falou. Aí, o Senhor respondeu assim: ? 6 Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. Ele é a casa. Quem está Nele, está no Pai. Não é? Eu sou o caminho e a verdade e a vida. Não é ninguém vai, porque não é um transporte que você toma de um lugar para outro. É ninguém vem. Ninguém vai ao Pai? Não. Muitos dizem assim, não é? Pregando, citando este texto. Usa o “vai”. O vai não está nesse texto. Está o “vem”, porque Eu e o Pai somos um. Quem vê a mim, vê o Pai. Está logo aí na frente. Não é? Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. 7 Se vós me tivésseis conhecido, conheceríeis também a meu Pai. Desde agora o conheceis e o tendes visto. Que clareza irmãos. 8 Replicou-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta. Felipe achou que tinha uma outra pessoa. Outra pessoa oculta da qual Jesus era quem sabe um mensageiro, uma expressão. Mas não apanha na expressão, como Hebreus fala. Não aquele caráter da hipóstasis. Não aquela expressa imagem do seu ser. Jesus era um meio, um veículo e hoje a teologia do meio está graçando no meio do povo de Deus. Jesus é o meio. Mas Ele não diz que Ele é o meio, mas Ele é o fim. Eu sou o caminho, sou verdade, sou vida e o Pai está em mim. Tudo isso. Senhor, mostra-nos o Pai e isso nos basta. 9 Disse-lhe Jesus: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai? 10 Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? Pericorese, como nós já explicamos. Interhabitação, interpenetração. O Pai no Filho, o Filho no Pai. O Espírito no Pai, o Espírito no Filho. Onde há uma pessoa, há todas elas, não é? Porque a essência é indivisível. As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, faz as suas obras. Permanece. Veja essa palavra. Permanece em mim, faz as suas obras. 11 Crede-me que estou no Pai, e o Pai, em mim; crede ao menos por causa das mesmas obras. Aqui é Pai e eu, Pai e eu e Ele ainda não entrou no Espírito, na pessoa do Espírito. A gente precisa deste contexto para chegar lá, para os irmãos verem a importância desse ensino sobre o Espírito Santo. Por enquanto é o Pai e o Filho. Só. Aqui não tem nada do Espírito Santo explícito. Só implícito. 12 ¶ Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai. Esse Eu, tem um vou, porque Ele é uma pessoa humana, limitada e ressuscitou como homem, e ascendeu como homem e está entronizado como homem. Eu vou. Você não pode mistificar isso, porque você vai fazer a pessoa humana do nosso Senhor evaporar. Você só vai ter Deus no céu. Mas não se esqueça que tem um homem no céu. Nosso Salvador é Divino, humano. Que maravilha. Não é? 13 E tudo quanto pedirdes em meu nome isso farei. Em meu nome significa com meu endosso, com meu aval, aquilo que é minha vontade. Não significa usar o nome de Jesus como varinha de condão, abracadabra, nada disso. Não é mágica. É pedir segundo a sua vontade. Em meu nome, com ordem Dele. Não é? É outra discrepância que nós vemos hoje no meio da igreja. Nome de Jesus, nome de Jesus, nome de Jesus, como se fosse um abracadabra. Não é? Isso é uma leviandade, com relação ao nome dele. 14 Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei. Ou de acordo com o meu caráter, com a minha vontade, eu o farei. 15 ¶ Se me amais, guardareis os meus mandamentos. O verso 16 vai introduzir a terceira pessoa da Divindade. Até agora nós vimos a primeira e a segunda: o Pai e Eu, o Pai e Filho. Agora, no verso 16. 16 E eu (o Filho) rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco. E eu, o Filho, rogarei ao Pai - duas pessoas já - e Ele vos dará outro. A primeira coisa que nós precisamos olhar aí é essa palavrinha “outro”. É outro da mesma qualidade, do mesmo caráter, outro com a mesma essência, um outro Consolador. Por isso está aí com letras maiúsculas. Por que é que está em letras maiúsculas? Jesus não falou com maiúscula nem com minúscula. Ele está falando. Ele não escreveu isso aqui. Ele só falou. Por que é que os autores inspirados colocaram um “C” maiúsculo? Porque o Espírito Santo que neles estava, os inspirou à convicção dessa realidade. Jesus está discursando isso. Outro Consolador. Outra pessoa. Com letra maiúscula. Não é? Mas é outro que sou eu mesmo. É outro que é um comigo. Assim como o Pai e Eu somos um, esse outro também é Um conosco. É o meu Espírito. É o Espírito do Pai, é o Espírito Santo. Três nomes com a mesma pessoa. Espírito do Pai, Espírito do Filho. A Bíblia usa todos esses nomes. Espírito de Deus, Espírito de seu Filho, Espírito Santo. É o mesmo. Um outro Consolador. Palavrinha especial. Parakletos. Parakaleu. Ajudador, Consolador, Encorajador. É o sentido dessa palavrinha. Consolador, Encorajador, Ajudador, Exortador. Quatro sentidos para a mesma pessoa. É o trabalho do Espírito em nós. A gente vai começar por aí, vamos hoje mais um pouquinho só, nosso tempo está terminando e domingo a gente continua dentro desse contexto de 14, 15 e 16 de João, vendo qual o ministério do Espírito Santo. A primeira coisa importante aí é ver quem Ele é, e você vai ver no contexto de João 14, de 1 a 15, quem Ele é. O Pai, O Filho, O Pai e o Filho. No versículo 16 ele introduz o Consolador dizendo o Outro, outro da mesma qualidade, da mesma essência, porque é pessoa divina, o Espírito e Consolador, porque Ele encoraja, porque Ele exorta, porque Ele consola. Tudo está implícito nessa palavra parácleto, consolador. 16 E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco. A fim de que esteja. Outra verdade, a segunda. Segunda verdade importante. Esteja para sempre convosco. Habite. Habitação. Não é um vem e vai. Unge e volta. Ele veio e Ele habitou nos que Cristo salvou, redimiu. 17 o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós. Mais verdades aí no verso 17. O Espírito da verdade que o mundo não pode receber. Privilégio nosso. O mundo não pode. Por que é que o mundo não pode? Porque o mundo não o vê, o mundo não o conhece. Quero lembrar a você de novo, essa palavrinha conhece. Não significa “tem informação” sobre Ele. Não é. É a mesma expressão que o Senhor usou em Mateus no Sermão do Monte quando Ele disse: Naquele dia muitos me dirão Senhor, Senhor. No seu nome fizemos milagres, expulsamos demônios, profetizamos, mas o Senhor dirá a ele: eu nunca vos conheci (Mateus 7:22 Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? 23 Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade.) É essa mesma palavra aqui. O mundo não o vê esse Espírito de Deus, nem o conhece. A mesma palavra lá, significa então ter um relacionamento pessoal, particular. Aquelas pessoas fizeram uma mirabolância no nome de Cristo. Fizeram, fizeram e fizeram, usando o nome de Cristo, mas não conheciam a Cristo. Coisa impressionante irmão, porque parece que usaram mesmo como uma vara mágica. Não é? E se não são de Cristo esse poder não veio de Cristo. Se não são de Cristo, esse poder não veio do Espírito Santo, porque o Espírito Santo não age assim endossando a palavra de Cristo e as obras de Cristo em quem não é de Cristo. Então essa pessoa que diz Senhor, Senhor, profetizamos, expulsamos demônios, fizemos muitos milagres, em Teu nome, elas usaram o nome Dele, mas energizadas pelo diabo. E que isso fique muito claro então, porque é isso que a palavra está falando. Usaram o nome dele, mas energizadas pelo diabo, porque o Senhor vai dizer: “Eu nunca conheci vocês. Apartai-vos de mim, vós os que praticais iniqüidades”. Está vendo como que eles não conheceram o Senhor? Porque se o Senhor tem um relacionamento particular com alguém, esse alguém não vive na prática da iniqüidade. Não é assim que João fala na epístola dele? Aquele que é nascido de Deus não vive na prática do pecado, porque o que permanece nele é a Divina semente. João fala isso lá na sua epístola. Então os irmãos estão vendo o perigo, o risco de assimilar qualquer mensagem que tem nome de Deus e nome de Jesus Cristo como sendo dos céus, como sendo do Senhor? Só os profetas irão usar o nome Dele. E irão usar de forma bem sucedida, humanamente falando, até que o Senhor os julgue. Muito séria essa advertência. Não é? Então esse versículo vem endossar isso aqui dizendo que o mundo não recebe esse Espírito, porque não o vê e nem o conhece. Não tem um relacionamento pessoal com ele. Vós o conheceis. Vocês tem relacionamento pessoal com Ele. Lembra que o Senhor, logo aqui em João cap. 15. No 13 ele faz uma menção. 13:10 e anterior. Ele diz assim: João 13:10 Declarou-lhe Jesus: Quem já se banhou não necessita de lavar senão os pés; quanto ao mais, está todo limpo. Ora, vós estais limpos, mas não todos. Aqui ele ser refere a Judas. Ele fala aí no verso seguinte. Ele está dizendo: você já conhecem o Espírito. Vocês já tem um relacionamento comigo no Espírito, embora o Espírito não habitasse ainda naquelas vidas, porque o Senhor não tinha sido ainda glorificado, mas o Espírito já agia naquelas vidas. O Espírito já revelou àquelas vidas quem era Cristo. Pedro, pelo Espírito falou: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Pedro falou: para quem iremos nós. Só tu tens as palavras da vida eterna(João 6:68). O Espírito já estava agindo naquelas vidas. Então o Senhor falou: vós o conheceis. Ele habita com. Com significa ao lado, companheiro. Mas Ele estará (futuro) “em”. Leia o versículo com cuidado. João 14:17 ............. vós o conheceis, porque ele habita convosco(Ele habita convosco, já, hoje, na história ali dos discípulos) e estará em vós. Está vendo a diferença aí? Quando que o Espírito veio para estar “em”? No Pentecostes, quando Ele foi derramado. Antes Ele estava habitando “com”, porque na pessoa do Senhor eles tinham o desfrute do Espírito, e o Espírito estava sobre o Senhor e também estava sobre eles. Não é? Então irmão, esses ensinos - são muito importantes - da unidade do Espírito de Cristo e do Pai, da ação do Espírito em nós, cada frase aí nos ajuda a entender o ministério do Espírito. Por isso esse é um dos grande alicerces da igreja. Não há igreja sem o Espírito Santo. Não há corpo de Cristo sem o Espírito Santo. Nosso próximo alicerce para ser estudado é o corpo de Cristo. Não há corpo de Cristo, nenhum. Não há igreja nenhuma se não há o Espírito Santo, regenerando, convencendo do pecado como o Senhor vai falar mais tarde lá em João 16, da justiça, do juízo, guiando a toda verdade, edificando os santos. Não há nada disso sem o Espírito Santo. Então Ele habita “com” e estará “em”. Vamos terminar aqui por hoje com o verso 18. 18 ¶ Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros. De novo a palavra tem o sentido entre aspas, ambíguo. Um cumprimento imediato: o Senhor voltou na pessoa do Espírito, mas Ele não voltou no que concerne à sua pessoa. Ele está entronizado. Ele voltará e nós estaremos com Ele e nós o veremos. Nós seremos semelhantes a Ele. Até lá nós temos o que Paulo chamou de penhor do Espírito. Uma figura linda: penhor. Se você tem uma jóia, um objeto qualquer de valor e você quer aí fazer dinheiro disso, você tem como penhorar. Então você leva em um banco, ou em uma casa de penhor, e ele vai te dar o quê em troca daquela jóia penhorada? Vai te dar um valor equivalente. Se vale dois mil reais, você vai receber dois mil reais. E aí você usa aquele dinheiro, supre as suas necessidades, faz o que precisar e depois tem que arrumar dois mil reais e mais um pouco talvez, porque você vai ter que resgatar aquela jóia. Não é? O Espírito Santo é esse penhor. Penhor significa isso. Palavrinha “arabown” no grego. Esse penhor, garantia. O Senhor ressurrecto, derramou sobre a igreja o Espírito Santo. Ele é o penhor. Ele é a certeza de que o Senhor vai resgatar. Paulo fala isso em Efésios. A sua propriedade para o louvor da sua glória. (Efésios 1:14 o qual é o penhor da nossa herança, ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória.) Então os irmãos vejam como a visão do ministério do Espírito é tremenda, irmão. Nós somos selados, nós fomos penhorados. Nós temos esse penhor, que o Senhor através Dele tem trabalhado as nossas almas, conforme a imagem de Cristo para que nós então perfeitamente estejamos com Ele na sua vinda. Esses são alguns aspectos do ministério do Espírito Santo. Na próxima reunião se o Senhor permitir, prosseguiremos dentro desse texto. Amém. Pai. Obrigado porque em Ti, nós temos descanso no teu seio de amor, porque estamos em Cristo pelo Espírito. Muito obrigado Senhor por este penhor, por essa garantia de que o Senhor irá resgatar a Tua propriedade para o louvor da Tua glória. Muito obrigado por essa grande certeza absoluta que temos, porque a palavra do Senhor nos assegura, porque o testificar do Teu Espírito em nós, nos afirma que nós somos teus, e que o Senhor é nosso. Pai nós desejamos ser convertidos a ti por completo, experimentando realmente o que o Senhor é no gozo do Espírito. Pedimos ao Senhor que esclareça as nossas vidas, com relação a esse tão profundo e sólido alicerce da tua revelação. Que nós sejamos aqueles que conhecem o Espírito, andam no Espírito, não entristecem o Espírito, não resistem ao Espírito, não apagam o Espírito. Ajude-nos Senhor. Nós te pedimos agradecidos em nome de Jesus. Amém. -------------------------------------------------------------------------- Extraído de uma série de estudos com o tema "FUNDAMENTOS DA NOSSA CONFISSÃO"(Romeu Bornelli)

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