01 setembro, 2012

A Igreja - Exército (Romeu Bornelli)





"Ó Pai. Agradecemos a ti pelo privilégio de nos reunirmos Senhor. Nós nos reunimos por meio de Ti, nos reunimos para Ti. Senhor, muito obrigado porque, o Senhor tão pacientemente tem conquistado os nossos corações para Ti. Tremendo amor do Senhor. Nós queremos continuar recebendo do Senhor e dando ao Senhor nesta reunião, queremos pela tua graça e bondade, podermos ouvir a Tua palavra em nossos corações. Pedimos que o Senhor nos dê ouvidos que ouvem, coração que entende. Que a Tua palavra possa ser vivificante para as nossas vidas. Nós somos teus Senhor, assim como o Senhor é nosso, nosso Deus, nosso único Senhor. Habilita-nos para que possamos receber a Tua palavra nessa noite. Entregamos tudo a Ti e esperamos tudo de Ti. Em nome de Jesus. Amém."

Irmãos, hoje nós vamos, se o Senhor permitir concluir a última fase do nosso estudo, da nossa abordagem, sobre a igreja, como sendo então a casa de Deus, o corpo de Cristo, a família de Deus, e isso vai então fechar o sétimo alicerce da nossa confissão, conforme a linha que então nós temos seguido juntos. Nós ainda precisaremos partilhar mais um desses alicerces, o último, que se refere à última vinda do Senhor, o oitavo e último deles, se o Senhor permitir na próxima reunião começaremos e depois nós vamos ainda, fazer um adendo a esses oito alicerces, e falar um pouco sobre a Bíblia, como sendo a palavra revelada, inspirada, soprada por Deus, no final dessa série de estudos. Qual o significado da Bíblia? Qual a importância desse glorioso livro como sendo a única auto revelação de Deus? Se Deus não falasse nós estaríamos no escuro, mas, porque Deus falou, nós temos a luz da vida. Temos não só informação para a mente, mas temos muito mais do que isso. Nós temos a luz da vida, através da sua auto revelação que está contida na sua palavra. Satanás sabe disso, o inimigo de Deus. Então ele tem rangido os dentes contra a Bíblia. Mil anos, desses dois mil anos de história da igreja, chamada era das trevas, a palavra de Deus não estava na mão do povo. Estava apenas nos mosteiros, com acesso apenas a aqueles eruditos, aos monges, longe das mãos do povo. Um período de densas trevas, porque o povo então não tinha acesso ao conhecimento de Deus. As pessoas não nasciam de novo, verdadeiramente, porque elas não tinham acesso à palavra de Deus. Então, quão importante é a Bíblia como auto revelação única, do único Deus.
Então, quando estivermos concluindo essa série sobre fundamentos, eu gostaria de falar um pouco da importância da palavra escrita, como sendo a palavra inspirada, autoritativa, final, definitiva, no que concerne à revelação de Deus. Isso é muito importante. Irmão. Quando você pega esse livro, você está pegando muito mais do que um livro. Você está tendo nas suas mãos a auto revelação de Deus, na sua palavra. Se ele não falasse dessa forma, nós nunca o conheceríamos. Mas, porque Ele falou, nós o conhecemos, porque Ele falou em Cristo, seu Filho, Deus encarnado e porque Ele falou na sua palavra. O próprio Senhor Jesus, o Seu Filho, Ele então inspirou, como diz Pedro, que o Espírito de Cristo, estava naqueles autores desde o Velho Testamento, inspirando-os a trazer a revelação de Cristo muito antes de Cristo nascer, muito antes do Filho de Deus se encarnar. Todos aqueles trinta e nove livros do Velho Testamento, apontam para Ele, falam Dele. Vida, ministério, morte, porque toda a palavra de Deus aponta para Cristo. Então o Espírito de Cristo foi quem inspirou aqueles autores a falar de Cristo, porque a Bíblia não é um livro de profecia, especulação filosófica. A Bíblia é o livro da revelação de Deus, em Cristo. Então, que coisa maravilhosa, nós podermos portar essas revelações em nossas mãos e muito acima disso, em nossa mente, e muito acima disso, em nosso coração: a palavra de Deus habitando ricamente em nós. Se o Senhor permitir então, chegaremos nesse assunto.
Hoje eu gostaria de encerrar essa questão dos alicerces e falar um pouco sobre a visão de João. Se você abrir a sua Bíblia em Mateus no cap. 4, versículo 21. Um versículo muito simples, mas muito interessante. Ele mostra como o nosso Senhor utilizou, como já disse outras vezes para os irmãos, vou repetir só para retomarmos a nossa base, como o Senhor usou três homens em especial, para nos falar tanto sobre esse assunto tão grandioso no coração de Deus chamado igreja, um assunto hoje tão vilipendiado. Hoje você olha a situação do cristianismo e nós nos entristecemos muito porque nós vemos algo bem afastado do significado espiritual do Evangelho, do conteúdo dos Evangelhos, da pessoa de Cristo. Nós vemos até mesmo um mercado de alma, muitas vezes. Agora irmão, cuidado em você colocar todas as laranjas no mesmo saco. É melhor você escolher as que são boas e separar das que são más, porque quando nós olhamos o assunto igreja, nós vemos que esse assunto ele é caro ao coração de Deus, ao ponto do Senhor Jesus mesmo dizer: eu edificarei a minha igreja e as portas do inferno não hão de prevalecer contra ela. Ele o tem feito nesses dois mil anos e Ele o completará em nossas vidas e no que concerne então ao seu remanescente fiel, no meio de toda essa confusão. Nunca devemos ter dúvida disso, porque em toda a história da igreja, e até mesmo antes dela, no povo
da aliança de Deus no Velho Testamento, o Senhor sempre manteve um remanescente fiel, em todo o período da sua relação com o homem. Ele sempre manteve um remanescente fiel. Então esse assunto igreja é um grande assunto. Quando nós olhamos para o cristianismo de hoje, nós vemos muita confusão. Então penso que a nossa melhor decisão é tirarmos os olhos de toda essa esfera que o cristianismo professa e voltarmos os nossos olhos para a Bíblia e vermos qual é a realidade espiritual da igreja. O que é a igreja? Quem compõe a igreja? Será que Deus é Pai de todos os que Ele criou? Ou será que Ele tem uma família de filhos que Ele recebeu e adotou em Cristo, porque nesses Ele gerou nova vida? Esse Ele trouxe ao conhecimento de Cristo. Então, na medida em que nós vamos vendo qual é o ensino Bíblico sobre a igreja, nós vamos vendo que a igreja é muito cara ao coração de Deus. Então nós nunca podemos colocar esse assunto de lado, tanto que ele é o nosso sétimo fundamento. Se você ler a Bíblia de Gênesis a Apocalipse, você vai encontrar fundamentos, alicerces do edifício de Deus. E um desses alicerces é A Igreja. A igreja é um alicerce, é um fundamento. Se nós não compreendermos bem o que é a igreja, nós vamos nos perder. Nós vamos nos perder em uma visão. Quem sabe muito nossa sobre o que é ser igreja. E quantos “ismos” existem por aí, em nome de igreja. Quanto “ismo” existe por aí? “Ismo” disse e “ismo” daquilo. Mas nós precisamos conhecer a realidade espiritual da igreja. É a única coisa que nos interessa. Nós não queremos abraçar “ismo” nenhum. Nem mesmo o cristianismo. Nós queremos Cristo. O próprio Cristo, a sua pessoa e no meio do cristianismo nós temos visto tanta confusão.
Quando nós começamos a falar sobre esse assunto igreja, nós vimos que o Senhor usou Pedro para nos mostrar a base do que se refere à igreja, desse grande assunto ao coração de Deus, Igreja. Pedro nos ajuda muito na base. Pedro nos ajuda a ver que a igreja ela é composta daqueles que em si mesmos, eram imundos. Aquela visão tão linda de Atos 10, aquele lençol que descia do céu e o Senhor dizendo para Pedro: Levanta, mata e come, porque ao que eu purifiquei, não consideres comum. Nós comentamos aquela linda frase e espero que aquilo tenha impactado o seu coração. Não considere comum: significa que Ele nos tirou do montão, nos tirou do geral e disse assim: esses são especiais. Não por si mesmos, mas por causa de mim, porque Eu operei neles um conhecimento de Mim mesmo. Eu os trouxe a mim. Nós amamos porque Ele nos amou primeiro. Não fomos nós que escolhemos a Ele, mas Ele nos escolheu a nós, como diz a palavra. Ele nos separou do montão e nos trouxe para bem próximo Dele mesmo. Pedro viu isso naquela visão de Atos 10. Ao que Deus purificou, não considere comum, ou imundo.
Depois nós vimos que Paulo nos ajuda na estrutura. Imagine um
edifício. Pedro nos ajuda no fundamento, mostrando então que a igreja é então uma realidade da graça de Deus. Não era escolha do homem. A igreja não é uma estrutura, uma instituição, um “ismo” qualquer. A igreja é uma realidade espiritual que provém do próprio Deus agindo no coração de homens pecadores. Uma relação muito pessoal e direta que não depende de nenhum tipo de mediador humano, senão de um mediador celestial que é Deus mesmo, na pessoa do seu Filho, encarnado homem, o Senhor Jesus Cristo. Então nós temos acesso direto a esse Deus e comunhão com Ele. Pedro nos ajuda muito nesse fundamento da graça. E depois nós vimos que Paulo vai nos ajudar nas colunas, na supra estrutura. Paulo nos ajuda na edificação. Então nós usamos cinco metáforas sobre a igreja e já completamos esse assunto. São favoritas de Paulo nas suas treze epístolas. Ele mostra que a igreja é uma família de Deus. Linda visão. A igreja é. Não todo o mundo. A igreja é família para Deus, de filhos adotados em Cristo. Família, primeira metáfora. Depois Paulo usa a metáfora do corpo. A igreja é corpo de Cristo. Corpo não sobrevive sem cabeça, mas também cabeça precisa do corpo. O Senhor Jesus, em si mesmo, não precisa de nada, porque Ele é Deus, mas no eterno propósito de Deus, Ele estabeleceu uma aliança com o povo terreno, a sua igreja e então nesse seu propósito ele determinou, não porque Ele precise, porque se Deus precisa, Ele não é Deus, porque quem tem necessidade, não é prefeito, não é completo. Deus tem necessidade de nada. Ele é perfeito, auto suficiente. Mas Ele estabeleceu no seu propósito que Ele então, chamaria para si mesmo, a sua igreja, e através de homens frágeis, pecadores, chamados pela graça, redimidos em Cristo, Ele cumpriria o seu eterno propósito, embora não dependa Dele, Ele determinou usá-lo. Isso é muita graça. Então nós vimos que a igreja é corpo de Cristo e então a cabeça coordena esse corpo, mas a Cabeça também, se expressa através desse corpo. Imagine uma cabeça andando por aí. Não é? O Senhor se expressa através do corpo. E então a igreja é também corpo de Cristo, uma unidade orgânica, tão linda figura. Depois Paulo vai para a metáfora do Templo, onde mostra que a igreja é um santuário do Espírito Santo. Ela é Templo de Deus mesmo. Paulo disse assim, citando o Velho Testamento em Coríntios que nós seríamos o seu povo e Ele seria o nosso Deus e Ele habitaria e andaria entre nós, porque Ele é um Deus pessoal. Eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Habitarei em andarei entre vós. Então nós somos santuários de Deus, porque o Espírito de Deus habita em nós. Paulo fala isso aos Coríntios. Depois Paulo vai na quarta metáfora, para o assunto da noiva. Ele diz que a igreja é esposa de Cristo. Então ele mostra um relacionamento de amor que existe. Não é um relacionamento intelectual apenas. Graças a Deus pela salvação
do nosso intelecto. Graças a Deus porque a fé não é irracional. Graças a Deus porque o nosso culto é racional, mas graças a Deus porque a fé vai muito além do racional. Ela é supra racional. Nós cremos Nele, porque o Espírito de Deus testifica com o nosso espírito que nós somos filhos de Deus, e nós temos comunhão com Ele, e nós oramos Aba Pai. Que grande amor nos concedeu o Pai, ao ponto de sermos chamados filhos. Então a igreja é noiva. Tem um relacionamento de amor com Deus. E por último, nós vimos que a igreja é exército, guerreiro. Ele usa todas essas metáforas em Efésios e algumas delas em outras cartas. Mas, como Efésios é a carta da igreja, então Paulo usa todas as cinco em Efésios. Em Efésios 6 ele diz que nós somos guerreiros de Deus, exército de Deus. Revesti-vos de toda a armadura de Deus para poderdes ficar firmes, para poderdes permanecer inabaláveis. Não é isso? A espada do espírito, o escudo da fé. Já examinamos isso. Paulo nos ajuda nesse assunto de edificação, como se fossem cinco colunas.
Agora João vem colocar o telhado, e vem arrematar a casa de Deus e veja que lindo, pois João foi o último dos apóstolos que o Senhor então inspirou para que fechasse os escritos do Novo Testamento. Veja que João é quem escreve o último Evangelho. Não é assim? Veja que João é quem escreve as últimas epístolas. Primeira, segunda e terceira João. E veja que João é quem escreve o último livro da Bíblia: Apocalipse. Então João é quem coloca o telhado nesse edifício. Pedro nos dá a base, Paulo nos dá a estrutura e João nos dá o telhado. João fala da consumação.
Agora veja que coisa interessante. Olhe em que situação João estava quando o Senhor Jesus o chamou. Vamos ver então em Mateus 4, versículo 21. veja que Ele já tinha chamado Pedro e André no verso 18. Ele viu dois irmãos pescadores: Pedro e André. E os chamou. Ele disse para eles: eu vos fareis pescadores. Lembra que Pedro, este que nos fala da base, como já falei, ele é o que o Senhor usou para pregar após Pentecostes. E quando ele jogou a sua rede, recolheu na primeira pregação três mil peixes. Depois joga a rede de novo e recolhe mais cinco mil peixes - não é? - quando ele prega o Evangelho em Atos. Quando o Senhor chamou Pedro, este lançava as redes. Então o Senhor falou: vem Pedro. Vou fazer você lançar as redes mas de outra forma. Você vai pregar quem eu sou. Você vai pregar o Evangelho da graça. Você vai pregar o único nome, como ele disse lá naquele testemunho de Atos 5, perante o Sinédrio: Atos 5:29 Então, Pedro e os demais apóstolos afirmaram: Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens. Ele disse que eles estavam pregando o único nome pelo qual importa que pecadores sejam salvos, o nome do Senhor Jesus. Então Pedro jogou a rede. Assim como o Senhor o chamou aqui no natural, ele executou depois no
espiritual. Agora veja o que é João está fazendo no versículo 21. Mateus 4:21 Passando adiante, viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam no barco em companhia de seu pai, consertando as redes; e chamou-os. Os dois bravos, os dois chamados de Boanerges ou filhos do trovão, de temperamento forte. O Senhor viu esses dois, Tiago e João, que estavam no barco em companhia do seu pai, consertando as redes. Veja esse detalhe: consertando as redes. Irmão. João fez exatamente no sentido espiritual, o que ele estava fazendo no sentido natural quando o Senhor o chamou. João é quem conserta redes. João quando ele escreve o seu Evangelho, suas epístolas, ele está consertando redes. Ele está combatendo uma doutrina da época chamada docetismo, que vem da palavra grega “dókesis” que significa aparência. Os docetistas diziam que Jesus teve uma aparência humana, mas não era um ser humano real, como se fosse uma figura fantasmagórica. Não era um homem real participante de carne, osso e sangue como nós. Então João escreve as sua epístolas como que usando a sua espada, e o seu Evangelho também, cortando cabeças de um lado e de outro, consertando redes, dizendo: Olha. Aquele que não confessa que Jesus Cristo, o eterno Filho de Deus, veio em carne, esse é o espírito do anticristo. Então ele diz: julgai os espíritos para ver se eles procedem de Deus. Todo aquele que não confessa que Jesus veio em carne, este é o espírito do anticristo (1 João 4:3 ). Então ele escreve aquelas três lindas epístolas, especialmente a primeira, mostrando como nós igreja devemos usar desse filtro espiritual, para discernir quais são as verdadeiras e genuínas mensagens, palavras de Deus e quais não são. O critério para julgar é o que é dito a respeito da pessoa e obra do Senhor Jesus. Se Ele é cem por cento Deus e não um meio Deus, um semi deus, ou seja lá o que for, mas Deus, o eterno Deus, que a igreja confessa assim, ou aquele que professa confessa assim, Ele é Deus, mas não só isso. Ele é homem, perfeitamente homem, com corpo humano, espírito humano, alma humana, sentimentos, vontades, pensamentos humanos. Nós só podemos ter um salvador, que seja divino e humano, porque no que concerne a Deus - tudo o que concerne a Deus - deve ser satisfeito por um homem perfeito e eu e você não somos. Mas, para que o próprio Deus seja satisfeito por esse homem, esse homem tem que ser perfeito, o Senhor Jesus, como homem, mas esse homem precisa ser divino, precisa ser Deus, um Deus Homem, porque o único capaz de satisfazer a Deus é Deus mesmo. Então só há um tipo de mediador que pode nos salvar. Ele tem que ser Deus, Ele tem que ser homem. Então João nos ajuda a usar esses critérios para discernir os profetas: se falsos ou verdadeiros. Irmão. É isso que João vai fazer agora - eu quero tomar a reunião de hoje para mostrar como que ele nos dá o fecho sobre a
cada de Deus - é isso que ele vai fazer nos seus escritos. Ele vai nos ajudar a discernir o falso e o verdadeiro. Agora, esse é um lado do ministério de João, que eu estou colocando aqui, na verdade, apenas de passagem. João vai nos ajudar colocando o teto desse assunto igreja, ao nos mostrar que o clímax da realidade espiritual da igreja, a base, é a graça salvadora de Deus. A estrutura, Paulo nos ajudou com aquelas metáforas tão maravilhosas, mas João vai mostrar que o teto, o fecho, o clímax, na verdade pode ser resumida em uma palavra e essa palavra é união. Que linda e significativa palavra. João vai nos ajudar com essa palavra. Ele, mais do que qualquer outro, é claro que Paulo fala sobre união. Paulo fala que quer morramos, quer vivamos, estejamos em união com Ele, Cristo. Paulo fala sobre união, mas João é o apóstolo que, por excelência, fala de união. Tudo o que João escreve tem o foco da união. João quer mostrar que essa igreja que o Senhor lançou, essa base tão profunda, que é o próprio Cristo, essa igreja que o Senhor está edificando, com o próprio Cristo, Cristo em nós, essa igreja ela vai chegar a um clímax que se resume nessa palavrinha, união. Irmão. Vamos penar um pouco sobre essa palavra. Quando o Senhor usou João, ao chamá-lo, conforme o texto de Mateus, ele estava consertando redes, o Senhor usou João para corrigir assuntos doutrinários. São muito importantes. Tem que ser corrigidos. Como eu falei, a nossa fé, é racional. Nós precisamos saber discernir o falso do verdadeiro. O Senhor chamou João e ele foi esse grande consertador. João tirou o nó daqui, colocou um nó ali, amarrou aqui, desatou ali, colocou as coisas no lugar certo, se opondo a esse docetismo da sua época como eu falei. Mas esse é só um assunto do ministério de João. Tem algo maior do que isso. Os escritos de João não visam apenas combater hereges, combater heresias. Muito além disso. Como sempre. Não tem um foco negativo, combater heresia, mas tem um foco positivo. João vai nos dizer que tudo o que o Senhor está fazendo em nós, é para nos unir a Cristo. Todo o nosso gozo remonta a isso. Você se lembra de Agostinho, um homem de Deus do quarto século? Ele viveu há mil e seiscentos anos atrás. Ele escreve frases especiais a respeito da vida de união com Deus porque ele mesmo vivenciou bem isso, essa realidade espiritual na sua vida. Uma das suas frases diz assim: Senhor. Fizeste-nos para Ti e o nosso coração está inquieto, enquanto não repousar plenamente em Ti. Isso é união. Irmão. Por mais que nós saibamos que nós somos do Senhor, que pertencemos a Ele, Paulo fala em Romanos que nem a morte, nem a vida, nem a angústia, nem a fome, nem a espada, nem o perigo, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura, poderá nos separar do amor de Deus que está em Cristo (Romanos 8:39). Nós temos essa certeza. Mas nós sabemos, de alguma forma, que esse amor em nós e essa vida de
união, não está completa. Você acha que está? Você não tem dor de saudades? Você não sabe que a sua vida é tão pequena, é tão limitada? Mesmo conhecendo o Senhor e pertencendo a Ele e desfrutando o gozo do amado, o gozo da comunhão com o Senhor não falta ainda alguma coisa nesse gozo? Sabe por que? Porque nós estamos somente em um ensaio de núpcias. Só no ensaio. Nós não estamos nas núpcias ainda. Quando nós vamos fazer aqui alguma cerimônia, celebrando algum casamento, antes, os noivos vêem aqui. Eles até mesmo se encontram, até mesmo toca a musiquinha aqui para eles verem como é que eles vão entrar, devagarzinho, de como eles devem fazer tudo no tempo certo. Mas esse é um ensaio de núpcias. Não são as núpcias. E nem quando eles estão aqui e nós juntos com eles, nos alegrando na celebração. Ainda não são as núpcias. É a presença um do outro, é o voto de um para outro, o pertencer um ao outro, mas ainda não são as núpcias. As núpcias se processam apenas os dois. E é assim com o nosso Senhor. A mesma coisa. Nós temos o gozo da presença Dele, nós temos o calor da presença Dele, nós temos a certeza que somos dele, nós temos a aliança em nós. Aliança de que pertencemos a Ele, mas as núpcias ainda não foram celebradas. João vai nos ajudar no assunto das núpcias. Nós vamos chegar lá, lá em Apocalipse 19. É João quem escreve. Ele é quem tem a visão das núpcias. Tão clara. Então irmão, João coloca o remate nessa visão da igreja, falando sobre união. É tudo o que Ele tem para nos dizer. Ele vai dizer de formas diferentes, mas vai dizer a mesma coisa. Ele vai dizer: você e eu. Filhinhos, jovens, pais. Lembra como que ele escreve na epístola? Vocês são dele. Vocês pertencem a Ele. Vocês foram chamados para viver em comunhão com Ele. Irmão, ele usa a palavra permanecer na sua epístola nos cinco capítulos de 1ª João, mais de vinte vezes. Parece que João só sabe falar isso. Permanecei, permanecei, permanecei. João 15. O capítulo sobre a videira, onde o Senhor falou que Ele era a videira, e vocês são os ramos. Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. João usa demais essa palavra. É uma das suas favoritas. Permanecer, ou habitai em mim e eu habitarei em vós, porque João fala sobre união. Não adianta você saber sobre a base da graça, não adianta até mesmo você saber sobre as metáforas que a igreja é família, corpo, embora isso também fale de união. Precisamos saber que tudo vai se fechar com união. Nós precisamos saber que todo o nosso descanso é pela união. Nós precisamos saber que toda a glória que possamos experimentar na vida vindoura é por causa da união, assim como qualquer glória hoje é por causa da união. Ou você acha que você tem glória de alguma maneira? Você ou eu. Nós só temos pecado. Só Ele tem glória. Qualquer glória que nós possamos expressar é Dele. Não vivo eu, mas Cristo vive em mim. Então João
vai encerrar esse assunto e vai dizer: sabe o que está Ele está fazendo com vocês? Ele não está fazendo nada mais do que aquilo que Ele fez quando Ele chamou vocês. Ele chamou vocês para estarem em união com Ele e para ser Dele. Ele vai consumar esse assunto colocando vocês em plena união com Ele. O que significa plena união com Ele? Significa numa união em Espírito, significa numa união em alma, em mente, em vontade em emoções, significa uma união em corpo, plenamente glorificado. Espírito, alma e corpo. Então irmãos eu queria passar rapidamente nos três escritos de João. Nos Evangelhos, nas epístolas, e vamos escolher a primeira, e depois Apocalipse. Eu vou te dar um esqueleto e se você quiser, estude por você mesmo, preencha isso. Mas para que você veja como João tem união com o seu foco central, sobre tudo o que ele escreve, porque esse é o foco, lindo foco, vamos começar pelo Evangelho.
Vamos no Evangelho de João. Primeiro abra no cap. 1. Quero citar uma pequena sequência para os irmãos, bem rápida e fazer poucos comentários. Veja que quando João inicia o seu Evangelho, quando ele inicia as suas epístolas, da mesma forma, e quando ele inicia o seu Apocalipse, de igual maneira, ele usa um termo muito significativo que fala de uma forma tão linda sobre esse seu assunto central que é união. Sabe qual é o termo? Filhos. E você sabe muito bem que esse assunto filho ele é muito caro ao coração de João. Ele começa o seu Evangelho falando sobre isso. Ele começa o seu Evangelho falando sobre esse verbo de Deus que é o Filho de Deus, lá no versículo 1. No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus. “en pros Theos”. Pros. De onde vem a nossa palavra próximo. Mostrando que o Filho é uma segunda pessoa. Mas depois vem a frase. E o verbo era Deus. Aí ele tira o pros e só coloca “en Theos” dizendo que este que está próximo, embora seja uma outra pessoa, é o próprio Deus. Tri unidade. Esse mistério glorioso da existência de Deus. Agora, olhe quando chega no versículo 12. Vamos ver aqui no versículo 10 de João cap. 1. Ele estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio Dele. O Senhor Jesus é o criador, simplesmente o criador, e sem Ele nada do que foi feito se fez. Agora imagine o próprio criador se fazendo carne e habitando entre nós. Não se distingue da sua divindade. Imagine isso, em Ele deixar de ser Deus. Impossível. Não é? Não tem jeito de Deus deixar de ser Deus, sem deixar de existir. Então é uma coisa irracional nós entendermos que o Senhor Jesus abandonou a sua divindade. Isso é impossível. Não tem jeito de Deus deixar de ser Deus. Mas, muito pelo contrário, esse que é Deus assumiu uma natureza que Ele então nunca tinha tido, a natureza humana. Então Ele estava no mundo. O mundo foi feito por intermédio Dele, mas o mundo não o conheceu, porque nós não oconhecemos por inteligência humana. Por revelação. Veio para o
que era seu e os seus não o receberam. Agora, olhe aqui. O Evangelho está só começando, mostrando esse filho, esse filho verbo, eterno de Deus. Agora olhe que lindo o verso 12. Já nos inclui logo no início. Mas, a todos quanto o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus. Olhe só. Veja a explicação. A saber. Quem são os filhos de Deus. Toda criatura? Todo homem, toda mulher indiscriminadamente? Não é o que está dizendo aí. Está dizendo que os que foram feitos filhos de Deus são quem? Os que crêem no seu nome. Crer. A palavra grega, o verbo “pistis” que significa aderir. Unir. Quantas vezes nós já falamos isso aqui? Não é? Quando você diz: Creio no Senhor Jesus, a Bíblia diz em Tiago que até os demônios crêem e tremem. Não é acreditar nele. Como eu falei na reunião anterior, é interessante as pessoas que se chamam ateus, porque nem o diabo é ateu. A Bíblia diz em Tiago que os demônios crêem. Só que não é um tipo de fé que salva, porque os demônios não podem ser salvos. Mas é um tipo de fé que dá um assentimento: olhe, Ele realmente existe. Há um Deus, e eles sabem porque eles foram criados por Deus. Não é? Até os demônios crêem. Mas esse não é o tipo de fé descrito aqui no verso 12. Esse tipo de fé descrito aqui é o “pistis”, é aderir, unir-se, lançar-se sobre outro. Você confia a sua salvação a outro. Você sabe que você não pode se salvar, então você crê no nome do unigênito Filho de Deus. Esse crer te dá descanso. Por que é que te dá descanso? É uma salvação aleatória? Uma salvação imoral? Indigna? Não. Te dá descanso por que? Qual o motivo? Porque esse Salvador, pessoal, o próprio Deus encarnado, o Filho de Deus, o Senhor Jesus, ele realizou uma obra na cruz do Calvário, absolutamente perfeita, de tal forma que se você então O conhece, crê Nele, se rende a Ele, o Espírito de Deus, testifica no seu espírito, a eficácia, a suficiência desta obra, e então você descansa. Você tem paz. Você não luta para ser justificado. Você não vive em crise de consciência, você não vive na vida como se não fosse um nada. Não é? Mas você sabe que pertence a Ele, porque descansa na obra consumada do Senhor, do Salvador. Então isso é crer. Deu-lhes o poder de serem feitos filhos. Quem são filhos? Os que crêem no seu nome. Então veja que João já está entrando no assunto união. Primeiro ele fala o Verbo que estava com Deus, o Verbo que era Deus. Isso é união. O Verbo está com Deus, o Verbo está próximo de Deus, o Verbo é a segunda pessoa da divindade, mas o Verbo é Deus. Não é? União. União na Trindade, no Deus tri-uno. Depois, no verso 12, João nos inclui nessa união. Não que nós vamos ser divinizados. Não. Nós vamos ter comunhão com o Deus tri-uno. Ele vai poder habitar em nós, na pessoa do Espírito. Que doce comunhão, que privilégio. Então ele diz: os que crêem, aqueles que se uniram a Cristo, aqueles que confiaram Nele. Ele começa assim o Evangelho.
Agora, vamos na epístola. 1ª João. Da mesma maneira ele começa a epístola. O que era desde o princípio. O eterno Deus. O que era desde o princípio. Não é o que foi criado, como pregam os só Jesus, os testemunhas de Jeová. “Jesus foi criado por Deus. É a primeira criatura de Deus”. Não. Nada disso. O que era desde o princípio. 2.a vida eterna, que é esse Senhor. No 3 nossa comunhão é com o Pai e com o seu Filho. Quer dizer. Ele começa da mesma maneira. O Filho, igual ele começou o Evangelho: o verbo estava com Deus e o verbo era Deus. Agora, olhe o que é que ele faz no cap. 2:1. Qual a primeira palavra do capítulo 2? Filhinhos meus. Essas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se todavia alguém pecar nós temos um advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo. Ele é a propiciação pelos nossos pecados. E não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelo do mundo inteiro. Suficiência da obra do Senhor. Então irmãos, ele começa da mesma maneira. Ele começa com o Filho e depois vai para os filhinhos. No cap. 3, veja como ele começa. Vede que grande amor nos tem concedido o Pai. Vede que grande amor, ao ponto de sermos chamados filhos de Deus. Que lindo, não é? De novo, o assunto da união. Você vê que o que pesa é a união? Filho. União, compartilhar de natureza, de vida. Filhos de Deus. E ainda não se manifestou o que havíamos de ser. Olha lá. Mas, quando Ele se manifestar, nós seremos semelhantes a Ele. O que é que significa isso? Plena união. Nada mais do que isso. Você vê como que esse assunto domina a mente de João? Então, na epístola, a mesma coisa que nos Evangelhos. O Filho e os filhos. O Filho e os filhinhos. Agora olhe em Apocalipse. No cap. 21. Aqui não seria o começo. Aqui seria o fim. Vamos ver como que João menciona em como que tudo termina, no que concerne ao propósito de Deus para a igreja. Olhe lá no versículo 3. 3 Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. Deus habitará com eles. Comunhão, união. Habitar com. É só o que João sabe falar em todos os seus escritos. Deus habitará com eles. Comunhão. União. Eles serão povos de Deus e Deus mesmo estará com eles. Tão pessoal isso, não é? 4 E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram. Isso é mais do que pessoal: lhes enxugará dos olhos toda a lágrima. É a sua lágrima sendo enxuta por Ele, pessoalmente. Vamos para o verso 7. 7 O vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus. Agora, o resto do versículo não diz assim: e ele me será servo. Mas, Eu lhe serei Deus e ele me será filho. Filho. Não podia ser outra coisa. Não nos escritos de João. E ele me será filho. Está vendo? Ele começa e termina. Coloca no meio. Vede que grande amor. Nós somos filhos. Ele não aponta outra coisa. Ele não
fala assim: vede que grande amor. Olhe a graça de Deus. Vede que grande amor: olhe a justificação pela fé. Mas Ele diz: Vede que grande amor: nós somos filhos de Deus. Vida de união. Que coisa tremenda irmão. É assim que João coloca o remate. Ele quer falar sobre união em tudo o que ele escreve. Agora, vamos voltar no Evangelho de João, no cap. 17 e vamos ler a partir do verso 20. Vou ler do verso 20 ao 26, sem fazer comentário por enquanto, porque eu queria que você prestasse atenção e não perdesse a sequência do que o Senhor falou, na verdade, o que o Senhor orou. Olhe o que Ele orou, o foco da oração que só João registra. Só João registra. É a oração que tem como foco a união e não outro assunto. Então vamos ler o texto. 20 ¶ Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; 21 a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. 22 Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos; 23 eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim. 24 ¶ Pai, a minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação do mundo. 25 Pai justo, o mundo não te conheceu; eu, porém, te conheci, e também estes compreenderam que tu me enviaste. 26 Eu lhes fiz conhecer o teu nome e ainda o farei conhecer, a fim de que o amor com que me amaste esteja neles, e eu neles esteja. O que é que você acha deste texto irmão? É muito glorioso. O Senhor Jesus está orando ao Pai, à sombra da cruz, a poucas horas da cruz, sobre aquilo que era focal no coração, claro, do Pai e do Filho. Não é? Por isso que João 17 é chamado de 'o Santo dos Santos' da Bíblia. Por isso que um certo irmão gastou dois anos ministrando todos os domingos sobre João 17. Dois anos estudando João 17, porque é um rico capítulo sobre união Você precisa ver Jesus orar. Você precisa ler este capítulo todo e ver o que Ele deseja, o que é que Ele mais quer, para quê que eles nos chamou. Então os versículos que eu li, de 20 a 26, fazem só um resumo, mas você precisa ler a oração toda, para você ver como que João coloca esse teto. Você não foi chamado para ter uma coroa de glória, não foi chamado para se assentar no trono, figuras que a Bíblia usa que tem um significado próprio e de valor. Assentar no trono fala de exercer autoridade, coroa de glória fala de ser herdeiro de Deus, co-herdeiro com Cristo, mas irmãos, esses assuntos eles tem um único fundamento. Você não tem trono nenhum nem coroa nenhuma sem esses fundamentos. O fundamento é união. É que você é filho. Por isso você pode assentar no trono. É porque você é filho e por isso você pode receber coroa de glória. Então
João quer fechar o assunto marcando o nosso coração com a palavra união. É assim que ele coloca o remate, o teto, dessa visão da igreja. Irmão, tudo o que o Senhor vai completar em você é o que Ele já começou. Ele vai levar a bom termo a união. O espírito nosso já se uniu ao Dele. A bíblia nos ensina isso. 1 Coríntios 6:17 Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele. Não é isso? Romanos 8:16 O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. A nossa alma ela está passando por um processo. Nossa mente, nossos pensamentos tão terríveis, cavalos selvagens, correm para lá, para cá, correm para trás, para frente, correm para uma idéia, outra idéia. O Senhor está convertendo a nossa mente a Ele pelo seu amor, tornando a nossa mente uma mente segura, firme, em Cristo, na única verdade que é Ele mesmo. Ele está convertendo a nossa mente e isso é um processo. Graças a Deus. Nossos sentimentos? Mesma coisa. Nossos desejos? Mesma coisa. Ele está fazendo. Ele não pára essa obra. Mas, isso ainda não é tudo. Quando Ele voltar e tão próximo esse evento está, nós temos visto todos os acontecimentos, a criação está gemendo e suportando angústias como Paulo diz em Romanos, porque o nosso Senhor está às portas e quando Ele voltar, vai então completar. Vai chamar esse nosso corpo para participar da glória. Vai chamar o nosso corpo para dentro da glória. Paulo ensina isso em 1ª Coríntios cap. 15. O corruptível vai se revestir da incorruptibilidade e a morte será tragada pela vitória. Que maravilha irmão. Então isso é o que João tem para nos dizer nos seus escritos.
Agora, eu queria ir, rapidamente na epístola. Só mais alguns comentários. Na epístola de João, veja no cap 3, já citei o texto e quero voltar nele rapidamente. João 3:2 Amados. Agora nós somos já - isso é um presente - filhos de Deus. Mas ainda não se manifestou o que havemos de ser. Queria que você visse aqui o que é que João está fazendo aqui, além de tanto ensino precioso nesse versículo, olhe o que é que João está fazendo. Ele não fala assim: agora nós somos filhos e vamos nos tornar em alguma coisa. Quem sabe anjos? Quem sabe alguma coisa mais do que anjos? Não é isso? Quem sabe príncipes de Deus? Ou alguma coisa mais que possa embalar a tua alma aí? Mas João não fala isso não. Ele fala assim: Amados, agora nós somos filhos. Esse é o agora e sabe o que é que vai acontecer quando Ele se manifestar? Nós vamos ser filhos plenamente manifestados porque haveremos de ser como Ele é. O que é que Ele é? Ele é o Filho de Deus, em glória. Aquele que entrou na morte, venceu a morte como homem, não como um pseudo homem, mas como homem, ressuscitou com corpo, carne e ossos, ele chamou o seus discípulos para provar: Tomé, mete o teu dedo aqui ó incrédulo. Sou eu. Você tem alguma dúvida? Três anos com você. Isso são
minhas palavras, subentendidas, porque na verdade, o Senhor não falou isso. Falou: Tomé. Põe a tua mão aqui do meu lado. Toque nas minhas chagas e vê que sou eu mesmo. E Tomé não precisava de mais sermões da parte do Senhor. Quando Tomé tocou, ele sabia muito bem. Dobrou os seus joelhos, adorou e falou uma frase tão cheia de conteúdo. Ele falou: Senhor meu. Imagine que ele está falando isso para aquele homem que estava na frente dele, embora ressuscitado, um homem. Não deixou de ser homem. Comeu com eles em uma ocasião. Tomé toca nele e diz: Senhor meu. E não pára aí. Ele diz: Deus meu. Então irmão, que tremenda visão os filhos de Deus tem. E o que é que o Senhor vai fazer conosco? O que aconteceu com ele. Ele vai nos introduzir na sua glória. Não nos divinizar. Isso é doutrina da eubiose e de muitas outras filosofias, do induísmo, do brahmanismo e do budismo. Nós nunca vamos ser divinizados. Deus não chamou o homem para ser Divino. Deus chamou o homem para ter comunhão com Ele, como criatura mesmo, mas participando da glória, da vida e do amor de Deus. Então João fala que é assim que vai terminar. Quando Ele se manifestar seremos semelhantes a Ele, porque haveremos de vê-lo como Ele é. Por que semelhantes a Ele? Porque a nossa função vai ser desfrutar de uma eterna comunhão e serviço a Ele. Não é? Não tem nada mais elevado do que isso e agora para nós terminarmos nós vamos a Apocalipse 19, o texto que eu citei para os irmãos.
João aqui em Apocalipse, vai então nos ajudar com o remate final, embora, na verdade, Apocalipse tenha sido escrito primeiro do que os Evangelho e do que as epístolas. Cronologicamente Apocalipse veio primeiro. Os irmãos sabem disso, mas na ordem em que o Senhor colocou a sua palavra escrita, tinha que vir por último no cânon das escrituras, porque ele é o livro que dá o fecho em toda a Bíblia. Então ele veio por último embora tenha sido escrito antes. Olhe o que é que João diz aqui em Apocalipse 19. Vamos ler a partir do verso primeiro mesmo. 1 ¶ Depois destas coisas, ouvi no céu uma como grande voz de numerosa multidão, dizendo: Aleluia! A salvação, e a glória, e o poder são do nosso Deus, 2 porquanto verdadeiros e justos são os seus juízos, pois julgou a grande meretriz que corrompia a terra com a sua prostituição (se refere aqui a toda religião apóstata que não anuncia Cristo, que não tem Cristo como centro - a Grande Babilônia, a grande Meretriz como João já falou anteriormente) e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos. 3 Segunda vez disseram: Aleluia! E a sua fumaça sobe pelos séculos dos séculos. 4 Os vinte e quatro anciãos e os quatro seres viventes prostraram-se e adoraram a Deus, que se acha sentado no trono, dizendo: Amém! (está consumado) Aleluia! 5 ¶ Saiu uma voz do trono, exclamando: Dai louvores ao nosso Deus, todos os seus servos, os que o temeis, os pequenos e os grandes.
6 Então, ouvi uma como voz de numerosa multidão (isso fala do corpo coletivo de Deus, a família de Deus, redimidos e por isso muitas águas, numerosa multidão), como de muitas águas e como de fortes trovões, dizendo: Aleluia! Pois reina o Senhor, nosso Deus, o Todo-Poderoso. 7 Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro (as núpcias), cuja esposa a si mesma já se ataviou, (ela se atavia porque ela responde ao falar de Deus, a nossa resposta ao falar de Deus) 8 pois lhe foi dado vestir-se (ou seja, tudo o que usamos para o nosso atavio, não é nosso. Foi-nos dado. Veja o equilíbrio entre a graça e a responsabilidade humana) de linho finíssimo, resplandecente e puro. Porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos. 9 Então, me falou o anjo: Escreve:(E veja uma das vezes que aparece essa palavra no Apocalipse. Ela aparece algumas vezes e ela tem um significado muito especial. Uma das vezes está aqui, nas bodas) Bem-aventurados (Cheio de júbilo, muito felizes) aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E acrescentou: São estas as verdadeiras palavras de Deus. Que coisa maravilhosa irmão. É assim que João vai fazer o fecho. João vai dizer que todo chamamento de Deus se consuma na vida de união. É o que Ele começou no nosso Espírito, é o que Ele está fazendo hoje, falando aos nossos corações, lavando-nos com a palavra, com o Espírito e é o que Ele vai terminar fazendo com o nosso corpo, nos tornando semelhantes a Ele, para vê-lo como Ele é. Então João vem colocar esse remate. Que grande amor nos tem concedido o Pai. Nós seremos semelhantes a Ele e havemos de vê-lo como ele é. Se você continuar lendo Apocalipse 22, você vai ver que toda nossa ocupação nessa consumação final, vai ser contemplando o Cordeiro, ter nas nossas frontes o seu nome escrito e servi-lo por séculos dos séculos, ou seja, por toda a eternidade. Não vai haver monotonia na Nova Jerusalém. Monotonia é aqui. Lá não. Lá nós estaremos num pleno serviço a Ele. Pleno e uns aos outros. Vendo e adorando, vendo e amando, vendo e conhecendo-o melhor. Vendo e servindo. Essa é nossa atividade na Nova Jerusalém. Plena União. Irmãos que o Senhor nos ajude a nunca perdermos o foco na nossa visão da igreja. Que o Senhor nos ajude a nos cuidarmos uns dos outros como igreja, com esse foco. Tudo o que já falamos, baseados na visão de Pedro de Paulo, de João. Essa é a igreja. Isso é a igreja. Muita coisa que você tem visto, ouvido por aí, tem sido muito difícil, muito complicado. Mas, quem sabe seja bom você tirar os olhos disso e voltar os seus olhos para a palavra e para a visão da igreja como ela é descrita na palavra. Se o Senhor nos conduzir assim então, talvez na próxima reunião, antes de entrarmos no último alicerce, eu queria falar sobre uns assuntos práticos na vida da igreja. Um pouco sobre o governo da igreja, um pouco sobre o ministério do corpo. Acho que isso também seria útil para nós
tocarmos nesses aspectos, de governo, de ministério, dos santos. Então estejamos orando sobre isso, para que o Senhor nos ajude um pouco mais nesse assunto. Amém. Vamos orar.
Ó Pai. Nós só podemos pedir ao Senhor que nos amplie a compreensão sobre a realidade espiritual da igreja. Quanto nós precisamos de realidade espiritual Senhor. Nós não somos um povo tolo. Nós não queremos ser um povo que se guia por emoções ou por intelecto. Nós queremos ser um povo absolutamente convertido, absolutamente convergido a Ti. Nós queremos ser um povo cativado pelo seu amor e nós queremos experimentar a profundidade da realidade espiritual cada dia, realidade que nos preenche como pessoas, mas também realidades que nos preencha como igreja. O Senhor é a nossa realidade, e nós queremos fazer tudo sabendo que estamos Ti tocando, sabendo que o Senhor está por trás de tudo o que celebramos. É de Ti, é por meio de Ti e é para Ti. Queremos que o Senhor nos dê uma profunda realidade espiritual em tudo o que fazemos em tudo o que falamos, em todo o nosso culto, adoração, louvor, em todo o nosso cuidado uns para com os outros. Nos dá realidade espiritual Senhor. Nos salva de nós mesmos, nos salva de nossas idéias e nos dá ser um povo que te ama e conhece pela Tua palavra. Senhor nos chama para essa vida de união de uma forma mais pessoal, mais íntima. Livra-nos das nossas ilusões Senhor. Livra-nos dos nossos temores. Arraiga-nos profundamente na Sua pessoa. O Senhor é o caminho, a verdade, a vida. Nós já somos Teus Senhor, mas nós queremos ter todo o nosso ser profundamente alicerçado na Tua pessoa. Faz isso conosco Pai, porque nós sabemos que é do agrado do Teu coração. Completa essa obra que o Senhor iniciou em nós, pela Tua graça. Oramos em nome de Jesus. Amém.
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
Extraído de uma série de estudos com o tema "FUNDAMENTOS DA NOSSA CONFISSÃO"(Romeu Bornelli)  

Nenhum comentário:

A Vara Devocional