"Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja". (Efésios 5:32)
A vida Cristã não é uma imitação de Cristo, mas uma participação nEle. “Porque nos temos tornado participantes de Cristo” (Hb 3:14). É impossível ao homem imitar Cristo, nem é isso que o Salvador esperava que fizéssemos. Apenas o próprio Cristo pode anular a força da “vida do ego” e nos conceder a vida divina. Primeiro precisamos nascer de novo, porque a carne para nada aproveita (Jo 6:63). Então precisamos viver nEle, pois sem Jesus NADA podemos fazer.
O Senhor nos disse que precisaríamos permanecer nEle como um galho permanece em uma videira. Ter os mandamentos morais de Mateus 5 a 7 sem a afirmação de João 15 seria como ter que conduzir um veículo sem o motor.
A ênfase do Senhor em sua última conversa no cenáculo com Seus discípulos foi sobre a sua união mística e espiritual com eles. As nossas derrotas só servem para confirmar as palavras do Salvador: “sem mim nada podeis fazer” (Jo 15:5).
Mas aprender sobre a união com Cristo é uma experiência. Cristo e todos os crentes são um. Quando nascemos de novo, imediatamente fazemos parte desse corpo místico, e na linguagem do apóstolo Paulo, nos tornamos membros do seu corpo (Ef 5:20). Usando a figura do casamento, Paulo ilustra a profundidade dessa união espiritual entre Cristo e Sua igreja.
Fomos imputados em Cristo, e o Espírito Santo é quem torna essa união real para nós (1Co 12:13). Foi o Espírito que gerou em nós convicção de pecado e um desejo ardente por libertação do seu domínio. Foi também esse mesmo Espírito que nos revelou Cristo como a única saída, o nosso redentor (Jo 16:7-15). Sua função também é nos ligar a Cristo, nos enraizando em Sua vida divina, nos levando ao crescimento. É Seu ofício nos revelar, com precisão, as terríveis consequências da vida do ego em sua inimizade e poder para sufocar a vida de Cristo em nós. Por meio de uma revelação do alto, poderemos ver como nosso coração é dobre, como nossa piedade é vergonhosa, e como nossa devoção é superficial. Mesmo estando ligados a Cristo, podemos sim ainda viver pela velha raiz, deixando que a vida do ego impeça o fluir da vida do Senhor. Aqui está a chave para Romanos 7. Quando passarmos por essa crise, poderemos começar a aprender mais do escopo e eficácia da obra redentora do Senhor. Se o ego não for crucificado, Cristo será.
Tudo isso é uma obra do Espírito Santo. Não é natural para um homem voltar-se contra si mesmo, abominar seu ego. O Espírito Santo é aquele que faz a obra, mas precisa de nosso consentimento. Precisamos desejar essa obra do Senhor em nossa vida. Deus nunca violará a nossa vontade. Precisaremos escolher. Seremos dominados pelo nosso ego ou por Cristo? Iremos continuar adulando a nós mesmos? Devemos fazer uma escolha por permanecer com Deus, renunciando ao nosso ego, como um ato da vontade: devemos escolher nossa identificação na cruz com Cristo.
Resumo baseado nos capítulo 1 e 2 do livro “Bone of His Bone”, de F. J. Huegel.
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