31 outubro, 2025

Você se identificou ou apenas tem interesse?

Fui crucificado com Cristo… — Gálatas 2:20

A necessidade espiritual inescapável que cada um de nós possui é a de assinar a certidão de óbito da nossa natureza pecaminosa. Devo pegar minhas opiniões emocionais e crenças intelectuais e estar disposto a transformá-las em um veredito moral contra a natureza do pecado; isto é, contra qualquer reivindicação que eu tenha do meu direito a mim mesmo. Paulo disse: “Fui crucificado com Cristo…”. Ele não disse: “Tomei a decisão de imitar Jesus Cristo” ou “Farei um esforço real para segui-Lo”, mas sim: “Fui identificado com Ele em Sua morte”. Uma vez que eu chegue a essa decisão moral e aja de acordo com ela, tudo o que Cristo realizou por mim na cruz se realiza em mim. Meu compromisso irrestrito com Deus dá ao Espírito Santo a oportunidade de me conceder a santidade de Jesus Cristo.

“…já não sou eu quem vive…”. Minha individualidade permanece, mas minha principal motivação para viver e a natureza que me rege mudaram radicalmente. Tenho o mesmo corpo humano, mas o antigo direito satânico sobre mim mesmo foi destruído.

“…e a vida que agora vivo na carne”, não a vida que anseio viver ou mesmo que peço em oração, mas a vida que agora vivo em minha carne mortal — a vida que os outros podem ver: “Vivo pela fé no Filho de Deus…”. Essa fé não era a fé de Paulo em Jesus Cristo, mas a fé que o Filho de Deus lhe havia dado (ver  Efésios 2:8 ). Não se trata mais de uma fé na fé, mas de uma fé que transcende todos os limites imagináveis ​​— uma fé que vem somente do Filho de Deus.

por Oswald Chambers


09 outubro, 2025

O Senhor da assembleia



"Enquanto meditava Pedro acerca da visão, disse-lhe o Espírito: ..." (At 10:19)


“Assim, pois, como diz o Espírito Santo:... " (Hb 3:7)


“Honremos o Espírito Santo como o Senhor da assembleia; apliquemo-nos para conhecer o segredo da entrega a Ele; cultivemos um ouvido pronto para ouvir a Sua voz interior e uma língua pronta para dar o Seu testemunho audível; sejamos submissos para guardar silêncio quando Ele proíbe, bem como para falar quando Ele ordena, e aprenderemos quão melhor é o caminho de Deus do que o caminho do homem, ao conduzir a adoração da Sua casa.” 


(A. J. Gordon)


Cristo em todos

 O que é crescimento espiritual? O que é maturidade espiritual? O que é caminhar no Senhor? 


Temo que tenhamos idéias embaralhadas sobre isto. 

Muitos pensam que maturidade espiritual é um conhecimento mais abrangente da doutrina cristã, uma compreensão mais larga da verdade das Escrituras, uma ampla expansão do conhecimento das coisas de Deus; e muitas destas características são registradas como marcas de crescimento, desenvolvimento, maturidade espiritual. 

Amados, não é nada disso. 

A marca distintiva do verdadeiro desenvolvimento e maturidade espiritual é esta: que nós tenhamos crescido bem pouco e que o Senhor Jesus tenha crescido muito mais. 

A alma madura é aquela que é pequena a seus próprios olhos, mas em cujos olhos o Senhor Jesus é grande. Isto é crescimento. 

Nós podemos saber muitas coisas, podemos ter uma maravilhosa compreensão da doutrina, do ensino, da verdade, até mesmo das Escrituras, e ainda ser espiritualmente muito pequenos, muito imaturos, muito infantis. (Há muita diferença entre ser infantil e ser semelhante a uma criança). 

O crescimento espiritual real é somente isto: eu diminuo, Ele cresce. É o Senhor Jesus se tornando mais. 


Cristo em todos, por T. Austin-Sparks

02 outubro, 2025

É PROIBIDA A AUTORIDADE DE UM SOBRE O OUTRO


Pode ser surpreendente para alguns de vocês, leitores, que Jesus tenha proibido qualquer um de Seus seguidores de exercer autoridade sobre os outros. Embora isto seja uma prática bastante comum nas igrejas atuais, é algo estreitamente proibido por Jesus.

Ele diz: “Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que os maiorais exercem autoridade sobre eles. Não é assim entre vós...” (Mt 20:25,26). Essencialmente, Ele está dizendo: “O mundo faz as coisas desta maneira, mas vós não podeis agir assim. A maneira humana é a de que um ser humano deve exercer autoridade sobre outro, mas na Igreja isso é proibido. “Não será assim no meio de vós.” Aqui, Jesus não está meramente proibindo autoridades abusivas, mas toda e qualquer tipo de autoridade de um sobre o outro.

No corpo de Cristo não há lugar para nenhuma figura de autoridade além da de Jesus. Ele é a única Cabeça. Somente Ele é autorizado pelo Pai a liderar, dirigir e comandar o Seu povo. Ninguém, absolutamente ninguém mais, deve assumir algum tipo de autoridade sobre os outros, seja ela pequena ou grande.

Essa verdade é repetida em Marcos 10:42,43, onde lemos: “Sabeis que os que são considerados governadores dos povos têm-nos sob seu domínio, e sobre eles os seus maiorais exercem autoridade. Mas entre vós não é assim.” O tipo de autoridade onde uma pessoa manda ou tem controle sobre outra, é terminantemente proibido. Se você não compreende esta verdade extremamente básica, terá muitos problemas ao construir a casa de Deus.

Pode ser que você esteja pensando nos apóstolos, profetas, pastores e mestres citados do Novo Testamento. Possivelmente, muitas questões sobre isso estejam pipocando em sua mente. Mas, por favor, seja paciente. Chegaremos a essas questões ao seguirmos em frente com nosso assunto. Primeiro, precisamos estabelecer firmemente os princípios de Jesus. Depois, poderemos prosseguir para ver como se trabalhava na igreja primitiva e o que pode ser colocado em prática, hoje, entre nós.

Indo um pouco mais à frente, aprendemos que o exercício de autoridade de uns sobre os outros não apenas é proibido, mas é proibido pelo melhor dos motivos.

Gosto de acreditar que a maioria dos que estão agindo dessa forma na Igreja atual tem boas intenções. Eles acreditam que estão usando sua autoridade para o benefício dos outros. Estão tentando ajudá-los. Estão caridosamente exercendo autoridade sobre os outros para o seu conforto e bem estar. Interessante é que essa atitude e esse modo de agir são também expressamente proibidos por Jesus.

Em Lucas 22:25,26, lemos: “Os reis dos povos dominam sobre eles, e os que exercem autoridade são chamados benfeitores.” Um benfeitor é alguém que faz algo em benefício de outro. Supostamente alguém está tirando proveito de suas ações. O exercício de autoridade do benfeitor sobre alguém está fazendo bem a essa pessoa e lhe trazendo algum benefício.

Mas, referindo-se a este tipo de autoridade, Jesus afirma; “Mas vós não sois assim” (v. 26). Nós não devemos agir assim! Esta prática nunca deveria ser encontrada no meio do povo de Deus. Realmente, não pode! Em vez de ser benéfico e proveitoso, esse modelo está impedindo o fluir da autoridade sobrenatural. Torna-se um substituto para a verdadeira soberania de Cristo. Novamente lembramos Suas Palavras: “Todos vós sois irmãos” (Mt 23:8).

Não pode haver uma outra Cabeça ou fonte de autoridade no corpo de Cristo, mesmo se isto é feito com boas intenções. Quando permitimos isso, cria-se uma situação confusa. Os crentes não sabem a quem procurar em busca de direção: deveriam procurar Jesus diretamente ou simplesmente confiar em uma figura de autoridade?

Já que a autoridade humana é mais tangível, a tendência é que tal fonte se torne a principal. Portanto, precisamos estar sempre alertas contra essas tendências. Elevar-se para ter autoridade sobre os outros ou olhar para fontes humanas, ambas as atitudes devem ser evitadas. (...)

David W. Dyer

O HOMEM TENDE À DEPENDÊNCIA HUMANA


Um outro aspecto da tentação de que estamos tratando é que, muitos crentes gostam de ter um líder. Jeremias 5:31 diz: “...os sacerdotes dominam pelas mãos deles [pelas próprias forças], e o Meu Povo assim o deseja...” (VRC). Conforme vimos anteriormente, as pessoas confiam em seus sentidos físicos. Portanto, uma cabeça humana, ou um líder, é uma coisa maravilhosa para elas. Podem vê-lo, ouvi-lo e obedecê-lo. Esta é uma tendência natural da humanidade. Desde a queda de Adão e Eva, tem sido sempre assim. Seguir alguém invisível é um pouco difícil. Seguir um líder humano é muito mais fácil.

Então, é muito comum tais pessoas procurarem e olharem para aqueles que têm um relacionamento com Jesus. Elas estabelecem um tipo de intermediário, que recebe de Deus e lhes passa as instruções. O “intermediário” procura por Deus, em vez delas fazerem isso, e lhes dá conselhos, cuida de seus problemas e até mesmo faz os seus casamentos e funerais.

Assim, em vez de aprender a conhecer e a seguir a Jesus, esses homens e mulheres se ligam a uma outra cabeça. Sua dependência se fixa em uma outra pessoa. Seu foco está em algum tipo de líder para o qual eles olham, buscando alimento espiritual e direção. Esse não é o plano de Deus. Essa não é a Sua Noiva. Essa não é a Sua casa. Esse não é o Seu corpo. É um substituto humano para todas as maravilhosas coisas espirituais que Jesus tem em Seu coração.

Estas duas tendências trabalham juntas para criar uma situação espiritual doentia: alguém com alguma vida espiritual querendo ajudar aos outros porém faltando revelação; e o fato de que o ser humano prefere depender de algo tangível.

Em vez de realmente ajudar os outros, podemos estar impedindo o seu crescimento. Sem uma profunda compreensão de como construir, é possível construir algo que bloqueie o trabalho de Deus em vez de adiantá-lo. Pode até ser que o que pensamos ser um grande trabalho para o Senhor seja realmente um substituto para aquilo que Ele gostaria de fazer. Vamos examinar mais adiante esta possibilidade.

O pensamento de Deus é estabelecer um relacionamento íntimo com cada crente, a fim de que cada um possa sentir Sua liderança e segui-la em cada aspecto de sua vida. Portanto, quando queremos ministrar a outros, esta também deve ser a nossa meta. Nosso objetivo deve ser expor e eliminar da vida de cada crente tudo o que está impedindo o seu relacionamento com Jesus.

Além disso, precisamos encorajá-los, de todos os modos, a obedecer-Lhe, a conhecê-Lo e a amá-Lo. Precisamos lhes incentivar a buscar uma total e inteira consagração à Sua vontade e à Sua obra. Precisamos constantemente orar e considerar como lhes encorajar a buscar Sua face mais e mais. É nosso privilégio exibir, por meio de de nossas vidas, palavras e obras, a natureza de Jesus, de tal maneira que isso levará outros também a uma intimidade com o Senhor. Esse é o verdadeiro ministério.

(David W. Dyer)

21 setembro, 2025

A Vida que produz a Noiva

[...] Jesus ressuscitou da morte. Ele está vivo hoje e é capaz de nos liderar. Porque Ele vive e Se move por meio dos diferentes membros de Seu corpo, a forma de Sua Igreja começa a se manifestar. Quando ministramos Jesus Cristo uns aos outros, a morada de Deus está sendo construída. Quando o Espírito de Deus flui dentro de nós e através de nós, esta edificação sobrenatural aparece. É a Vida de Deus que habita em nós e que é ministrada aos outros por nós. É o próprio Senhor Jesus vivendo e Se movendo por meio de Seu povo para preparar a Sua Noiva. Esse é o modo, na verdade, o único modo pelo qual a Igreja pode ser edificada.

Queridos irmãos e irmãs, precisamos edificar com Vida. Não devemos tentar arrumar a Igreja do jeito que julgamos ser correto. Não precisamos planejar, controlar ou organizar as pessoas para conseguir a forma que achamos ideal para a Igreja.

Não há absolutamente nenhuma necessidade de homens e mulheres tentarem manipular a outros para conseguir uma aparência bíblica. Não somos chamados a usar métodos humanos para atingir metas sobrenaturais. O segredo de construir a Igreja viva é ministrar Jesus aos outros. Sua Vida sempre irá produzir a Noiva pela qual Ele tem ansiado.

[....]


(Extrato do livro “Deixe o meu povo ir”, por David W. Dyer)


CONSTRUINDO COM VIDA



Nosso chamado da parte de Deus é para edificar os membros individuais do corpo de Cristo. Isso requer que estejamos ministrando uns aos outros a Vida de Jesus. Como podemos ser cheios da Vida de Deus? Vamos investigar um pouco sobre este importante assunto.


A necessidade básica de tudo que tem vida é alimento. Qualquer ser vivo, seja planta ou animal, precisa de alimento para viver. Portanto, podemos concluir que, para estarmos cheios da Vida espiritual, precisamos receber algum tipo de nutrição espiritual. Nossa Vida espiritual não cresce por aprendizagem. Não é produto de um esforço mental ou emocional. Não há outro jeito de estar cheio de Vida, a não ser comer. Ainda mais, precisamos comer freqüente e consistentemente.


O alimento que nosso ser espiritual necessita é uma pessoa: Jesus Cristo. Ele nos explica: “...se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tendes vida [ZOÊ] em vós mesmos” (Jo 6:53). Isto é muito simples. Para estarmos cheios de Sua Vida divina, precisamos estar em intimidade espiritual com Ele. Precisamos estar comendo e bebendo de tudo o que Ele é.


Portanto, o primeiro passo que precisamos dar para construir a casa de Deus é nos encher de tudo o que Ele é. Precisamos gastar tempo, muito tempo, em Sua presença. Precisamos comer, beber e respirar todas as facetas de Sua natureza. Precisamos nos saturar, até o ponto de transbordar esta Vida (ZOÊ) abundante. Isto deve se tornar a nossa experiência diária.


Então, quando falamos aos outros, isso é o que devemos compartilhar com eles. Quando estivermos com eles, eles sentirão o aroma suave de Cristo. Quando ministrarmos, ensinarmos, aconselharmos ou ajudarmos alguém, o que sairá de dentro de nós será aquilo que tivermos adquirido. “A boca fala do que o coração está cheio” (Mt 12:34). Se não estivermos nos alimentando do Cordeiro, teremos apenas algo humano para compartilhar. Se não estivermos nos enchendo dessa substância divina, nosso “ministério” será somente terreno e humano.


Quando nos falta a Vida ZOÊ para ministrar, a única alternativa é confiar na carne. Então, dependemos de nosso conhecimento bíblico. Nossa educação, nossa atração pessoal, nossas habilidades naturais, nossos talentos persuasivos entram em ação. Quando não temos o verdadeiro Cordeiro para oferecer, resta-nos, como foi com Caim, meros vegetais. E isto não pode construir a morada eterna de Deus.


Você se identificou ou apenas tem interesse?

Fui crucificado com Cristo… — Gálatas 2:20 A necessidade espiritual inescapável que cada um de nós possui é a de assinar a certidão de óbito...